Confira como este artista cego conseguiu se enxergar pela primeira vez!

artista cego

A obra inclusiva de Andrew Myers (artista e cego) tornou possível que o artesão George Wurtzel pudesse visualizar seu auto-retrato!

[Alerta: o texto a seguir pode deixar seu coração quentinho!] 

Quando você vai pra alguma exposição em uma galeria de arte também vive com medo de encostar sem querer em algum quadro caríssimo e tomar aquela grande bronca ou receber um olhar de gelar o sangue do segurança do lugar? Já pensou como seria chegar em uma exposição em que tocar as peças não apenas fosse permitido, mas também incentivado?

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Essa é exatamente a proposta de Andrew Myers, artista alemão que se especializou nas chamadas ‘’pinturas de parafusos’’, que podem ser igualmente admiradas por pessoas que enxergam ou não. Suas peças são formadas por conjuntos de pregos, criando texturas que podem ser tocadas e sentidas. 

Créditos da imagem: smithsonianmag.com

Formado em artes pelo Laguna College of Art & Design, da Califórnia, Myers começou sua carreira produzindo esculturas em bronze, e conta que a ideia de produzir arte inclusiva surgiu quando, em uma de suas exposições, viu um homem cego sendo conduzido por um amigo, pedindo para tocar as estátuas e sorrindo ao conseguir senti-las:

“Nesse momento pude testemunhar um homem cego que voltou a  enxergar, mesmo que por poucos segundos. Ver o homem sorrir – e foi um daqueles sorrisos que vêm direto do estômago – foi uma experiência visceral. Como artista, é meu objetivo fazer as pessoas sentirem-se exatamente assim, e o aspecto emocional dessa experiência ficou comigo”

relatou Myers em uma entrevista à Smithsonian Magazine.
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Nasceu assim a inspiração para “Please touch the art”, projeto de arte inclusiva composto por diversos quadros que podem (e devem) ser tocados pelos espectadores.  Foi nesse contexto que Andrew Myers conheceu  o trabalho do artesão Jorge Wurtzel, que atua como gerente de construção do Enchanted Hills Champ, retiro para deficientes visuais localizado em Napa Valley.

Créditos da imagem: everwideningcircles.com

Wurtzel, que também é deficiente visual, ministra aulas de arte para os moradores do retiro, onde também está construindo uma galeria de arte tátil. Decidido a prestar uma homenagem ao seu colega de ofício, Andrew resolveu criar um retrato em 3D de George, tornando possível que ele pudesse se enxergar pela primeira vez – A ideia era de oferecer o quadro como um presente para compor o acervo da galeria inclusiva do artesão.

Para realizar essa empreitada, Myers tirou uma foto de Wurtzel, que usou como base para desenvolver um mapa topográfico de seu rosto, que em seguida foi perfurado por mais de 4 mil parafusos, formando seus olhos, boca, nariz e maçãs do rosto. O projeto levou dois meses para ficar pronto, e a reação de George foi registrada no mini documentário a seguir:

A resposta do público a esse trabalho foi tão positiva que Myers recebeu encomendas de retratos de países de todo mundo – inclusive da Turquia!

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Créditos da imagem: Huffingtonpost.com

Hoje o artista vende seus trabalhos em seu website próprio e no site da galeria Cantor, do agente que produziu o documentário. 

E você? Já participou de alguma mostra de arte inclusiva? Como foi sua experiência? Conta pra gente aqui nos comentários ou mesmo no Instagram do Guiaderodas


Renata Schmidt

Renata Schmidt 
Relações Públicas e jornalista. Acredita que todo mundo tem uma história que vale a pena ser contada.

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