Como a tecnologia e o engajamento massivo da sociedade no app Guiaderodas estão impactando a vida de milhares de pessoas
A lei estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência. Porém, a realidade nem sempre condiz com o que está no papel. Esse foi o ponto de partida para o surgimento da startup Guiaderodas, que tem como bandeira auxiliar, de forma gratuita, o dia a dia de pessoas com qualquer tipo de deficiência.
Sua equipe desenvolveu um aplicativo em que qualquer um, seja portador ou não de deficiência, possa, em menos de 30 segundos, avaliar a acessibilidade dos locais que frequenta.
“É uma ferramenta de utilidade pública com serviços para pessoas e empresas. Digamos que o usuário é um cadeirante. Ele pode, por exemplo, avisar se o espaço tem entrada acessível, um banheiro preparado e mesas com boa altura – e não precisa de conhecimento técnico, pois não perguntamos sobre medidas. Queremos saber se é bom ou ruim”, explica Bruno Mahfuz, fundador do Guiaderodas.
O foco para as empresas é outro. Para elas foi criada a Certificação Guiaderodas, que alia o conhecimento técnico de arquitetos e especialistas em acessibilidade, a vivência de pessoas com deficiência e o treinamento daqueles que operam o espaço.
“É um treinamento de acessibilidade em que abordamos como lidar com a diversidade humana, as necessidades de pessoas com deficiência física, visual e auditiva, além das maneiras corretas de atender a idosos, gestantes e mães com carrinhos de bebê. Mostramos que acessibilidade não é algo só para pessoas com deficiência”, salienta Mahfuz.
Para ele, o importante é mostrar que o mundo pode ser mais acessível a partir das pessoas. “É claro que as estruturas são muito importantes, como rampas e passarelas, mas se as pessoas não estiverem prontas para lidar com a diversidade humana, nada acontece do jeito certo”, afirma o fundador da startup, cujo APP já ultrapassou a marca de 20 mil downloads e tem avaliações de aproximadamente mil cidades espalhadas por mais de 60 países.
Questionado sobre o impacto que o inovabra habitat exerce sobre o negócio, Mahfuz se apressa em defender o espaço, tido como bem preparado para receber cadeirantes. “É um ambiente onde respiramos inovação com uma característica muito legal: é descolado e sério ao mesmo tempo. Temos uma interação muito boa com as outras startups que também estão lá. Já fizemos parcerias com algumas das habitantes daqui”, revela.
A big data, tecnologia usada pela Guiaderodas, é um dos eixos do inovabra habitat, espaço de coinovação do Bradesco. Os demais pilares tecnológicos do local são API, blockchain, inteligência artificial, computação imersiva e internet das coisas (IoT).
Confira no site da Época a entrevista com João Marcos Barguil, diretor de tecnologia do Guiaderodas.