De lazer ao esporte, conheça os tipos de bicicletas para pessoas com deficiência

Handbike deitada (Divulgação)

Andar de bicicleta é uma das atividades mais populares do mundo. E no Brasil não é diferente.

Ela está na vida de boa parte da população, seja como lazer, como profissão ou como meio de transporte. Por isso, nada mais justo do que permitir que todos possam pedalar, com bicicletas adaptadas para pessoas com deficiência. 

O principal ponto a ser levado em consideração é o tipo de deficiência, as necessidades e habilidades de cada pessoa. Então, basicamente, existem quatro tipos de bikes:

  • as convencionais
  • as handbikes
  • os triciclos
  • as tandem

Bicicletas Convencionais

As bicicletas chamadas convencionais, apesar do nome, podem e devem ter adaptações específicas para o uso de câmbios e freios, quando necessário. 

Handbikes e Triciclos

As handbikes (ou handcycles) e os triciclos são talvez as mais conhecidas. Ambas são “pedaladas” pelas mãos e possuem três rodas, sendo duas atrás, para conferir maior equilíbrio Além disso, são normalmente utilizadas por pessoas com deficiências nos membros inferiores, lesão medular ou paralisia cerebral. 

A diferença entre eles está na posição em que as pessoas ficam nas bicicletas. Isso porque, no caso das handbikes, existem três modelos diferentes de posição: ajoelhada (sem encosto), para praticantes com pouco ou nenhum comprometimento de tronco;  sentada (com encosto), para aqueles com maior comprometimento de tronco, mas com equilíbrio suficiente para se sustentar; e deitada, para pessoas com lesões mais graves, que não têm equilíbrio. 

Tandem

E por fim, as bicicletas Tandem são aquelas que possuem, pelo menos, dois assentos e quatro pedais para serem compartilhadas por duas ou mais pessoas ao mesmo tempo. Geralmente, elas são utilizadas por deficientes visuais, que são acompanhados de “guias”, que controlam o guidão na parte da frente e conduzem a atividade. 

Universo de possibilidades

Por ser uma paixão nacional e mundial, o interesse em proporcionar a experiência da bicicleta para pessoas com deficiências tem aumentado cada vez mais. ONGs espalhadas pelo Brasil promovem eventos e projetos inclusivos, às vezes, até com bikes inovadoras. 

Um dos casos que mais chama a atenção é a bicicleta desenvolvida pela ONG Embrião, chamada ODKV “(o de cá vê”). Ela é parecida com a bike tandem, mas ao invés de os assentos serem um atrás do outros, eles são posicionados lado a lado. 

“Uma pessoa que enxerga vai ao lado de outra que é deficiente visual auxiliando, quando necessário. Por isso, ‘O de cá vê!’. Assim, durante todo o percurso as duas pessoas pedalam e isso faz com que, na maioria do trajeto, o cego guie e tenha total autonomia sobre a bicicleta”

explica a ONG.

Além das ONGs, existem também empresas especializadas em produzir bicicletas adaptadas para pessoas com deficiência. No Brasil, uma das maiores é a Dream Bike, que desenvolve e vende triciclos e bikes elétricas, que também podem ser uma boa opção. No entanto, como o mercado ainda é pouco explorado perto de seu potencial, as bicicletas adaptadas tendem a ter preços bastante altos. 

Fora do país

No exterior, o mercado já é mais vasto, com mais empresas especializadas no setor. Um bom exemplo é a Freedom Concept, que produz bicicletas personalizadas para cada tipo de necessidade da pessoa, e Amtryke. 

Outros Modelos

Desta forma, dentro dos quatro tipos principais de bicicletas explicados acima, existem muitas adaptações e modelos diferentes disponíveis, como triciclos com encosto e cinto de segurança, para maior sustentação, ou que combinam movimentos das mãos e dos pés, ou que usam ainda uma espécie de movimentos de “bombeamento” com as mãos, chamado pump power.

Com tantas opções, é recomendável que se procure especialistas que possam ajudar na escolha da melhor bike de acordo com cada necessidade. Fato é que a inclusão de pessoas com deficiência no mundo das bicicletas já é uma realidade. E ninguém precisa ficar de fora de uma das experiências esportivas mais prazerosas do mundo.

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Fernanda Zalcman
Jornalista, curiosa por natureza e apaixonada por fazer a diferença. Encontrou no esporte um propósito: inspirar e dar voz à histórias e pessoas que por vezes estão escondidas. Porque todos importam e merecem espaço!

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