Peregrinos e turistas com deficiência e mobilidade reduzida podem visitar Jerusalém com segurança e conforto
Conhecida por suas muralhas e monumentos religiosos emblemáticos, a Cidade Velha de Jerusalém, em Israel, se tornou uma das cidades antigas mais acessíveis do mundo. Assim, peregrinos e turistas com deficiência e mobilidade reduzida podem visitar o local com segurança e conforto e percorrer a Via Dolorosa, que representa a rota feita por Jesus no caminho da crucificação.
Planejamento e desafios do projeto de acessibilidade em Jerusalém
A fase de planejamento do projeto “Cidade Velha de Jerusalém Acessível” levou cinco anos e envolveu diversos mapeamentos da área histórica. No total, foi necessária uma década de trabalho, além de investimentos de mais de R$ 32 milhões para concluir as obras de acessibilidade nos 6 km de vielas da Cidade Velha.
O projeto contou com a cooperação de comerciantes e moradores da área e teve início na Porta dos Leões, que marca o início da Via Dolorosa. Esse era o lugar que apresentava mais obstáculos ao deslocamento de pessoas com cadeiras de rodas e carrinhos de bebê, além de ambulâncias, caminhões de bombeiros e veículos de coleta de lixo.
O projeto tornou-se ainda mais desafiador pelo fato de que a Cidade Velha e suas muralhas são consideradas Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Isso quer dizer que todas as intervenções físicas realizadas no local precisaram ser acompanhadas por equipes de monitoramento e conservação.
Outro aspecto que também teve que ser levado em consideração durante o período de obras foi a rotina do lugar. O objetivo era não atrapalhar o dia a dia dos moradores nem impedir o acesso de milhões de turistas e devotos que visitam todos os anos a Cidade Velha e suas muralhas sagradas.
As melhorias do projeto
Apesar do trabalho árduo, o projeto garantiu que a Cidade Velha se tornasse acessível a pessoas com cadeiras de rodas e carrinhos de bebê e a caminhões de bombeiros e de coleta de lixo. Além disso, pequenos veículos elétricos passaram a circular pelas diversas vielas do lugar, transportando com segurança e conforto pessoas com deficiência e idosos.
As obras de acessibilidade incluíram a renovação do pavimento; o planejamento e a construção de rampas de acessibilidade; a instalação de 14 banheiros acessíveis com sinalização e de 2 km de corrimãos ao longo de escadas e paredes, assim como as adaptações nas entradas de comércios e residências.
Também foram realizados ajustes no cabeamento e na instalação de ar-condicionado, a substituição da infraestrutura subterrânea, incluindo esgoto, e a pintura de fachadas e toldos. As obras de acessibilidade fazem parte de um projeto mais amplo que visa fortalecer a Cidade Velha e transformá-la em um atrativo para visitantes de todo o mundo.
Além das intervenções físicas, o projeto incluiu o desenvolvimento do aplicativo JLM Acessível, que pode ser encontrado no Google Play e na App Store. Disponível em nove idiomas, ele mapeia as rotas acessíveis dentro da Cidade Velha e facilita o deslocamento de turistas e peregrinos.
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Carina Melazzi
Jornalista e produtora de conteúdo. Gosta de contar histórias e é apaixonada por viagens, montanhas e mar.