As organizações devem realizar as adaptações necessárias para atender às necessidades dos funcionários cegos e promover um ambiente mais acolhedor
Apesar da criação da lei, as pessoas cegas ainda encontram dificuldade para entrar no mercado de trabalho, porque a maioria das empresas fica limitada à contratação do percentual previsto na legislação. Outro entrave que faz parte da realidade de quem tem deficiência visual é o despreparo das companhias para receber os profissionais de forma adequada.
Nesse caso, algumas medidas podem ser adotadas pelas empresas, para estabelecer uma cultura organizacional focada na acessibilidade e no respeito às diferenças e contribuir para a integração de pessoas cegas no local de trabalho. Elas incluem:
- adoção de tecnologias assistivas que facilitam o dia a dia de trabalho do profissional e o relacionamento com pessoas sem deficiência visual;
- realização de cursos e treinamentos para que os colaboradores sem deficiência se aproximem do universo da pessoa cega e desenvolvam uma atitude menos capacitista;
- instalação de placas e mapas em braille, para indicar a localização de salas de reunião, refeitório, auditório e outros espaços dentro da empresa;
- elaboração de um guia de reuniões e eventos presenciais/on-line acessíveis, com a melhores práticas que devem ser adotadas na comunicação com os funcionários cegos;
- instalação de piso tátil direcional e de alerta, para facilitar a locomoção e evitar acidentes;
- adaptação para o sistema braille das informações divulgadas em materiais impressos e nos tradicionais meios de comunicação interna;
- ausência de obstáculos, como caixas, mochilas, bolsas, cadeiras, entre outros, nas áreas de livre circulação;
- criação de um departamento de diversidade e inclusão, para pensar e direcionar a implementação de práticas de responsabilidade social e inclusão.
Dessa forma, além de as empresas estimularem a empatia, elas ajudam os funcionários sem deficiência a lidar de forma proativa com aqueles que têm deficiência visual. Assim, é possível eliminar as barreiras atitudinais que impedem uma boa experiência e promovem, de fato, a inclusão de todos no ambiente de trabalho.
A inserção no mercado de trabalho tem sido uma tarefa árdua para muitos brasileiros, principalmente aqueles que têm deficiência visual. Além das barreiras da qualificação profissional, as pessoas cegas enfrentam questões como preconceito, falta de acessibilidade nos ambientes e dificuldade na comunicação dentro das empresas.
Para estabelecer um ambiente de trabalho humanizado e inclusivo, capaz de valorizar as potencialidades dos funcionários com deficiência visual, as companhias devem promover as adequações necessárias e investir na implementação de uma cultura organizacional livre de preconceitos. Dessa forma, a deficiência deixa de ser vista como uma doença ou algo negativo e passa a ser percebida como uma característica do indivíduo.
Acessibilidade no mercado de trabalho
No Brasil, estima-se que 3,4% dos brasileiros apresentam deficiência visual, de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde. Para garantir a inclusão dessa parcela da sociedade no mercado de trabalho, foi criada a Lei nº 8.213/91, que aborda a questão das cotas para pessoas com deficiência.
De acordo com a legislação, empresas de 100 a 200 funcionários devem destinar 2% de suas vagas para beneficiários reabilitados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e pessoas com deficiência. Para companhias de 201 a 500 colaboradores, o número sobe para 3%; de 501 a 1.000, aumenta para 4%; e aquelas com mais de 1.001 empregados devem reservar 5% do total de vagas.
Atitudes inclusivas nas empresas
Apesar da criação da lei, as pessoas cegas ainda encontram dificuldade para entrar no mercado de trabalho, porque a maioria das empresas fica limitada à contratação do percentual previsto na legislação. Outro entrave que faz parte da realidade de quem tem deficiência visual é o despreparo das companhias para receber os profissionais de forma adequada.
Nesse caso, algumas medidas podem ser adotadas pelas empresas, para estabelecer uma cultura organizacional focada na acessibilidade e no respeito às diferenças e contribuir para a integração de pessoas cegas no local de trabalho. Elas incluem:
- doção de tecnologias assistivas que facilitam o dia a dia de trabalho do profissional e o relacionamento com pessoas sem deficiência visual;
- realização de cursos e treinamentos para que os colaboradores sem deficiência se aproximem do universo da pessoa cega e desenvolvam uma atitude menos capacitista;
- instalação de placas e mapas em braille, para indicar a localização de salas de reunião, refeitório, auditório e outros espaços dentro da empresa;
- elaboração de um guia de reuniões e eventos presenciais/on-line acessíveis, com a melhores práticas que devem ser adotadas na comunicação com os funcionários cegos;
- instalação de piso tátil direcional e de alerta, para facilitar a locomoção e evitar acidentes;
- adaptação para o sistema braille das informações divulgadas em materiais impressos e nos tradicionais meios de comunicação interna;
- ausência de obstáculos, como caixas, mochilas, bolsas, cadeiras, entre outros, nas áreas de livre circulação;
- criação de um departamento de diversidade e inclusão, para pensar e direcionar a implementação de práticas de responsabilidade social e inclusão.
Dessa forma, além de as empresas estimularem a empatia, elas ajudam os funcionários sem deficiência a lidar de forma proativa com aqueles que têm deficiência visual. Assim, é possível eliminar as barreiras atitudinais que impedem uma boa experiência e promovem, de fato, a inclusão de todos no ambiente de trabalho.
O que é a Certificação Guiaderodas?
As empresas que desejam aprimorar e validar suas práticas de acessibilidade e inclusão podem participar do processo da Certificação Guiaderodas. O programa é destinado a edifícios comerciais, escritórios, galpões logísticos, shoppings, edifícios comerciais e instituições já existentes ou em fase de projeto.
O processo para obtenção da certificação atende um conjunto rigoroso de critérios de acessibilidade e abrange quatro eixos: ambientes, colaboradores/atendimento, governança e comunidade. Ele dura em média 12 meses e, após esse período, é entregue um relatório de impacto com os resultados e a descrição das boas práticas de acessibilidade e inclusão desempenhadas pelo local.
No Guia da Certificação Guiaderodas, é possível obter informações mais detalhadas sobre o processo de certificação, incluindo a metodologia aplicada, os benefícios, os custos envolvidos e os critérios adotados para cada etapa prevista.
Carina Melazzi
Jornalista e produtora de conteúdo. Gosta de contar histórias e é apaixonada por viagens, montanhas e mar.