Te damos o mapa da mina para adaptar seu estabelecimento e melhorar a acessibilidade da sua loja!
Novembro chegou ao fim, e num piscar de olhos nos vemos rodeados por Papais Noéis, árvores de Natal e renas do nariz vermelho que parecem estar nos observando em cada esquina: o período de festas vem aí, e com ele está aberta a temporada de compras natalinas!
Se perambular por dezenas de lojas diferentes em busca dos presentes perfeitos já é um baita desafio por si só, quando se tem alguma dificuldade de locomoção o nível de dificuldade triplica: Além da gestão de todos os pacotes e listas, o fato de existirem lojas que não oferecem rampas de acesso e cujas prateleiras impedem a passagem de uma cadeira de rodas pode transformar qualquer experiência de compra num verdadeiro pesadelo:
“O problema é alcançar as prateleiras mais altas. Se estivesse sozinho teria que pedir ajuda a cada produto do alto que quisesse comprar. Taí a vantagem das empresas que conseguem se posicionar nas prateleiras mais abaixo: pelo menos dos baixinhos e dos cadeirantes já ganham a preferência!”
conta o administrador de empresas Alessandro Fernandes, autor do Blog do Cadeirante.
Pois bem, deu pra ver que uma loja pensada para atender às necessidades de pessoas com deficiência tem vantagens competitivas, certo? Além das pessoas com deficiência, acessibilidade beneficia a todas as pessoas em qualquer fase da vida.
E se te disséssemos que existem jeitos simples de tornar seu negócio acessível, permitindo que pessoas com deficiência façam suas compras de forma mais confortável?
Quero que minha loja seja acessível, e agora?
Projetos acessíveis e adaptados não apenas são possíveis, como têm execução muito mais fácil do que parece! Batemos um papo com Mariana Foltran, designer à frente do escritório belga-brasileiro Ceci não é, que nos deu algumas dicas de como pensar em lojas acessíveis, além de contar um pouco sobre os projetos trabalhados pela marca!
1- Começando com o pé direito!
Um projeto de loja acessível já começa pela entrada, que deve ser ampla o suficiente para que uma pessoa em cadeira de rodas consiga entrar, e conter rampas no lugar de escadas – ou mesmo uma rampa e uma escada, caso haja espaço.
“Em nosso último projeto, para uma loja de tecidos, criamos um espaço com rampas no lugar de escadas e um portão de entrada bastante amplo, além de termos aumentado as portas que levam os consumidores da área em que as peças ficam expostas para o escritório”.
explica Mariana
Créditos da imagem: Divulgação
É bem importante reforçar a importância de se ampliar as portas de todos os ambientes do estabelecimento que serão frequentados por consumidores, como as áreas de provadores e de banheiros.
“Também tivemos o cuidado de posicionar todos os móveis do ambiente de maneira espaçada, para permitir que cadeiras de rodas e carrinhos circulem com facilidade”
completa a designer
O que nos leva ao segundo tópico:
2 – Analise seus móveis
Poltronas, bancos e outros objetos dão aquele ar super comfy ao ambiente, mas também podem ser sinônimos de obstáculos, caso colocados em lugares que comprometam a circulação de pessoas. Tenha sempre em mente que é melhor optar por remover um item de decoração do que causar uma situação de desconforto na qual uma pessoa com deficiência desista de ver seus produtos por não conseguir contornar esse objeto. Se houver espaço, móveis com rodinhas podem ser uma boa pedida, pois podem ser movimentados de maneira a garantir que seus clientes possam transitar sem problemas.
Projeto da Ceci Não É para Sesc Santo Amaro: móveis, além de baixos, podem ser deslocados para garantir a circulação fácil
3 – É chegada a vez das araras!
Que tal optar por araras e displays que permitam às pessoas com deficiência manusearem seus produtos?
“Em todos os projetos que desenvolvemos para espaços comerciais ou públicos pensamos em como permitir que os produtos possam ser vistos em alturas distintas: no caso do projeto para esta loja, criamos araras modulares, formadas por pilares que têm furos nos quais os varões de suporte podem ser colocados em alturas diferentes. Alguns desses varões são mais baixos exatamente para que pessoas em cadeiras de rodas tenham acesso a esses tecidos à altura de seus olhos, podendo manuseá-los e sentir a textura” explica Mariana.
Imagem das aradas araras com os varões e bancadas expositoras do projeto
Agora queremos saber de você: existe alguma dica de acessibilidade que você tenha aplicado ao seu negócio sobre a qual não tenhamos falado aqui? E você, como consumidor, já teve experiências bacanas em lojas acessíveis que gostaria de dividir? Conta pra gente nos comentários ou na nossa página do Instagram!
Renata Schmidt
Relações Públicas e jornalista. Acredita que todo mundo tem uma história que vale a pena ser contada.