A redução de barreiras entre os colaboradores é fundamental para criar uma ambiente acolhedor e humanizado
A acessibilidade é um tema que costuma estar associado à adequação de estruturas físicas para atender às necessidades de pessoas com deficiência, mas ela vai muito além do aspecto arquitetônico. Para que haja, de fato, a inclusão de todos, principalmente no ambiente corporativo, é preciso investir na implementação da acessibilidade atitudinal.
Pelo fato de ser a base para o desenvolvimento de outras dimensões de acessibilidade, como a programática, metodológica, instrumental, comunicacional, natural e arquitetônica, a acessibilidade atitudinal deve ser uma prioridade dentro das empresas. Dessa forma, é possível reduzir o preconceito contras as diferenças e criar um ambiente de trabalho humanizado e inclusivo.
O que é acessibilidade atitudinal?
De acordo com a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI), também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, as barreiras atitudinais são aquelas atitudes ou comportamentos que impedem ou prejudicam a participação social da pessoa com deficiência em igualdade de condições e oportunidades com os demais indivíduos.
Portanto, a acessibilidade atitudinal começa com as ações de cada um, principalmente com a compreensão de que a deficiência não é uma doença, mas sim uma das várias características que podem fazer parte de um ser humano. É um exercício diário de se colocar no lugar do outro e realizar ações que promovam um ambiente mais inclusivo para todas as pessoas.
Como implementar a acessibilidade atitudinal nas empresas?
Para que a acessibilidade atitudinal seja implementada nas empresas, é necessário que haja uma conscientização de todos os funcionários em relação à inclusão, especialmente dos gestores. Afinal, sem a participação da liderança, fica muito mais difícil disseminar o tema a outros níveis hierárquicos da organização.
Dentro desse contexto, a educação é uma das principais ferramentas para gerar as mudanças necessárias nas empresas. Portanto, a realização de treinamentos, palestras e cursos é uma forma eficiente de diminuir as barreiras entre as pessoas, de educar os colaboradores a respeito da inclusão e de transformá-los em multiplicadores internos de conhecimento.
Para criar um ambiente de trabalho humanizado e inclusivo, capaz de valorizar as potencialidades de todos os funcionários, é preciso ensinar as terminologias corretas para se referir à pessoa com deficiência, as melhores maneiras de auxiliá-la, bem como mostrar situações do dia a dia de quem vive com algum tipo de deficiência, para provocar uma mudança de mindset e evitar a propagação do preconceito dentro das organizações.
Certificação Guiaderodas
As empresas e empreendimentos que reconhecem a acessibilidade como um diferencial estratégico para seus negócios podem participar do processo de Certificação Guiaderodas, que consiste em um programa que reconhece as melhores práticas de acessibilidade e inclusão. Estão elegíveis à certificação edifícios comerciais, escritórios, galpões logísticos e shoppings centers, tanto em fase de projeto, como em operação.
O processo para obtenção da certificação atende um conjunto rigoroso de critérios de acessibilidade e abrange quatro eixos: ambientes, colaboradores/atendimento, governança e comunidade. Ele dura em média 12 meses e, após esse período, é entregue um relatório de impacto com os resultados e a descrição das boas práticas de acessibilidade e inclusão desempenhadas pelo local.
No Guia da Certificação Guiaderodas, é possível obter informações mais detalhadas sobre o processo de certificação, incluindo a metodologia aplicada, os critérios adotados para cada etapa prevista e benefícios.
Carina Melazzi
Jornalista e produtora de conteúdo. Gosta de contar histórias e é apaixonada por viagens, montanhas e mar.