Quem precisa de acessibilidade no dia a dia?

A inclusão na participação de atividades do cotidiano beneficia diversas pessoas, além daquelas que apresentam algum tipo de deficiência

Elevador, rampa, piso tátil, audiodescrição, legendas, muletas, banheiros adaptados e cadeiras de rodas. Esses são apenas alguns dos diversos recursos de acessibilidade disponíveis hoje em dia. Apesar de estarem mais associados a pessoas com deficiência, idosos e gestantes, eles podem ser usados por qualquer indivíduo, em situações nas quais haja algum tipo de limitação. 

A acessibilidade, além de ser um direito de todos, promove uma sociedade mais inclusiva, livre de preconceitos e barreiras arquitetônicas, atitudinais, programáticas, metodológicas, instrumentais, comunicacionais e naturais. Afinal, todas as pessoas vão precisar ou já precisaram de acessibilidade em algum momento de suas vidas, seja de forma permanente ou temporária.

O que é acessibilidade?

De acordo com a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI), também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, a acessibilidade é definida da seguinte maneira:

“Possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.”

Para facilitar a identificação dos diferentes aspectos da acessibilidade, ela foi dividida e classificada em sete dimensões, de acordo com os objetivos específicos de cada uma: arquitetônica, atitudinal, programática, metodológica, instrumental, comunicacional e natural. Apesar de serem desenvolvidas individualmente, todas elas estão interligadas de alguma maneira.   

Acessibilidade para todos

Para que a acessibilidade atitudinal seja implementada nas empresas, é necessário que haja uma conscientização de todos os funcionários em relação à inclusão, especialmente dos gestores. Afinal, sem a participação da liderança, fica muito mais difícil disseminar o tema a outros níveis hierárquicos da organização. 

Dentro desse contexto, a educação é uma das principais ferramentas para gerar as mudanças necessárias nas empresas. Portanto, a realização de treinamentos, palestras e cursos é uma forma eficiente de diminuir as barreiras entre as pessoas, de educar os colaboradores a respeito da inclusão e de transformá-los em multiplicadores internos de conhecimento.

Para criar um ambiente de trabalho humanizado e inclusivo, capaz de valorizar as potencialidades de todos os funcionários, é preciso ensinar as terminologias corretas para se referir à pessoa com deficiência, as melhores maneiras de auxiliá-la, bem como mostrar situações do dia a dia de quem vive com algum tipo de deficiência, para provocar uma mudança de mindset e evitar a propagação do preconceito dentro das organizações.

Em algum momento da vida, as pessoas vão precisar ou já precisaram de acessibilidade, de forma permanente ou temporária. Um dos exemplos mais comuns é quando alguém fica impossibilitado de usar o áudio de um vídeo e ativa a legenda, seja por um problema técnico ou porque está em um ambiente barulhento ou sem fones de ouvido. 

Outra situação é quando uma pessoa fratura a perna e precisa usar recursos de acessibilidade, como rampa, elevador, muleta e cadeira de rodas, durante o período de recuperação. Nos aeroportos e nas rodoviárias, por exemplo, onde há grande circulação de pessoas carregando bagagens pesadas, é comum o uso de rampas e elevadores para facilitar o deslocamento.

Os assistentes virtuais também são utilizados diariamente por muitas pessoas com e sem deficiência e apresentam recursos que oferecem mais autonomia aos usuários. Por meio do comando de voz, eles facilitam a realização de diferentes tarefas do dia a dia, como apagar e acender as luzes, abrir e fechar portas e janelas, ligar e desligar aparelhos eletrônicos, ler um livro ou as notícias do dia, entre outras.

Apesar de estarem mais presentes na rotina de pessoas com deficiência, os recursos de acessibilidade podem ser usados por qualquer um, em diferentes momentos e situações da vida. Por isso, é importante disseminar cada vez mais na sociedade o conceito e a importância da acessibilidade, para evitar preconceitos e garantir o exercício pleno de um direito de todos os cidadãos.   

Certificação Guiaderodas

As empresas e empreendimentos que reconhecem a acessibilidade como um diferencial estratégico para seus negócios podem participar do processo de Certificação Guiaderodas, que consiste em um programa que reconhece as melhores práticas de acessibilidade e inclusão. Estão elegíveis à certificação edifícios comerciais, escritórios, galpões logísticos e shoppings centers, tanto em fase de projeto, como em operação.

O processo para obtenção da certificação atende um conjunto rigoroso de critérios de acessibilidade e abrange quatro eixos: ambientes, colaboradores/atendimento, governança e comunidade. Ele dura em média 12 meses e, após esse período, é entregue um relatório de impacto com os resultados e a descrição das boas práticas de acessibilidade e inclusão desempenhadas pelo local. 

No Guia da Certificação Guiaderodas,  é possível obter informações mais detalhadas sobre o processo de certificação, incluindo a metodologia aplicada, os critérios adotados para cada etapa prevista e benefícios.


Carina Melazzi

Carina Melazzi
Jornalista e produtora de conteúdo. Gosta de contar histórias e é apaixonada por viagens, montanhas e mar.

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