Tecnologia em Saúde e Bem-Estar com Inclusão: Um Compromisso Atual

A tecnologia está transformando a forma como cuidamos da nossa saúde. Hoje, temos aplicativos que monitoram o sono, dispositivos que acompanham os batimentos cardíacos em tempo real e até inteligência artificial que auxilia médicos no diagnóstico de doenças. Mas para que tudo isso realmente funcione, precisa funcionar para todos.

Saúde não é privilégio — é direito. E se a tecnologia é uma aliada da saúde, ela também precisa ser inclusiva. Pessoas com deficiência, idosos, quem tem baixa conectividade ou dificuldades com o uso de tecnologia não podem ficar de fora.

1. Acessibilidade não é detalhe — é necessidade

Ignorar acessibilidade em soluções de saúde é deixar milhões de pessoas sem acesso a ferramentas que poderiam melhorar sua qualidade de vida. No Brasil, mais de 18 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência, segundo o IBGE. E esse número cresce quando incluímos a população idosa.

Além disso, tornar a tecnologia mais acessível está alinhado a metas globais de desenvolvimento, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente o ODS 3 (Saúde e Bem-Estar) e o ODS 10 (Redução das Desigualdades).

Imagem: Homem idoso sentado à mesa mede a glicose com o celular encostado no sensor do braço. Envato.

2. Tecnologias atuais que promovem inclusão

Hoje, a inclusão digital na saúde passa por diferentes tecnologias além dos tradicionais apps:

  • Assistentes virtuais com comandos de voz: Alexa, Google Assistant e Siri ajudam usuários a controlar rotinas de saúde por voz — ideal para pessoas com mobilidade reduzida ou dificuldades visuais.
  • Wearables multissensoriais: smartwatches como Apple Watch ou Galaxy Watch usam alertas vibratórios, visuais e sonoros — útil para quem tem deficiência auditiva ou visual.
  • Realidade virtual e aumentada para terapias: utilizadas em reabilitação física e saúde mental, essas tecnologias já incluem elementos como legendas, alto contraste e comandos simplificados.
  • Aplicativos com design inclusivo: apps como Samsung Health, Apple Health, Fitbit e Strava adotam navegação por voz, textos legíveis, modos de alto contraste e integração com leitores de tela.
  • Plataformas de telemedicina acessíveis: no Brasil, soluções como Conexa Saúde e Amparo Health se destacam por promover acessibilidade em atendimentos online, inclusive em ambientes corporativos.
Imagem: Pessoa idosa observa o relógio inteligente no pulso, que mostra batimentos cardíacos. Envato.

3. Acessibilidade beneficia todo mundo

Recursos pensados para inclusão não servem só para pessoas com deficiência. Eles melhoram a experiência de todos os usuários:

  • Legendas são úteis em lugares barulhentos;
  • Alertas vibratórios ajudam quem está em reuniões ou com o celular no bolso;
  • Design simples e linguagem clara facilitam o uso por idosos ou pessoas com pouca intimidade com tecnologia.

Além disso, empresas que investem em acessibilidade digital ganham:

  • Maior alcance e fidelização de clientes;
  • Conformidade com leis como a Lei Brasileira de Inclusão (LBI);
  • Imagem positiva, aliando inovação e responsabilidade social.
Imagem: Criança usa celular enquanto mãe e avô, ao fundo, utilizam tablet e notebook. Envato.

4. O que ainda precisa melhorar

Apesar dos avanços, ainda há muitos pontos que precisam de atenção:

  • Assistentes virtuais pouco acessíveis: muitas IAs ainda não oferecem Libras, audiodescrição ou comandos personalizados para diferentes perfis de usuários.
  • Testes sem diversidade: apps muitas vezes são desenvolvidos e testados sem a participação ativa de pessoas com deficiência — o que resulta em falhas de usabilidade.
  • Acessibilidade como “extra”: muitas empresas ainda tratam acessibilidade como um recurso secundário, e não como parte do projeto desde o início.

O consórcio internacional W3C já define diretrizes claras com as WCAG, mas elas ainda são pouco aplicadas na prática em soluções voltadas à saúde.

5. Tecnologia boa é tecnologia para todos

Saúde é um direito universal. E a tecnologia que promete cuidar das pessoas precisa cumprir essa promessa com acessibilidade, inclusão e empatia.

Não importa se é um app de respiração, um smartwatch de última geração ou uma IA que ajuda médicos a tomarem decisões: se não for acessível, não é completo. A inclusão digital é um pilar da saúde pública moderna. É ela que garante que ninguém fique para trás.

Porque, no fim das contas, tecnologia boa é tecnologia para todos.

Imagem: Grupo diverso conversa sorrindo em ambiente de trabalho; um homem em cadeira de rodas segura um notebook. Envato.