6 dicas para pessoa com deficiência viajar no verão

pessoa com deficiência viajar no verão

Viajar no verão é costume de muita gente, incluindo o público com deficiência. Afinal, “pegar uma praia” é programa muito querido dos brasileiros, além do que as férias de fim de ano acabam forçando os que têm filhos a viajar nessa época

Mas o que era pra ser só alegria pode se transformar em dor de cabeça, no caso de pessoas com deficiência por lesão medular. Elas apresentam um desequilíbrio na regulação da temperatura corporal, podendo vir a ter problemas quando a temperatura está mais alta.

Pensando em tornar nossa viagem mais confortável – e segura –, aqui vão algumas dicas para prevenir mal-estar e ter um verão tranquilo e alegre, como ele deve ser!

Reforçando o autocuidado

cadeirante na praia

Quem tem dificuldade de controle térmico precisa intensificar o autocuidado em temperaturas extremas, tanto frias quanto quentes.

Quando o assunto é viagem, mais um motivo para reforçar a atenção. Afinal, quem quer estragar o passeio com um superaquecimento, uma desidratação ou uma diarreia?

Então, bora lá aprender algumas formas de evitar perrengues nesta estação do ano?

6 dicas para viajar no verão

Se transpirarmos demais, sem repor líquido e sais minerais, poderemos ter uma desidratação. Mas algumas pessoas que tiveram lesão medular não transpiram, e isso pode gerar outro tipo de problema, por causa do superaquecimento.

Já deu pra perceber como o assunto é importante, né? Então, “vem ni mim”, dica!!

1 – Climatização é fundamental

Eu sei que hotel com ar-condicionado é mais caro. Porém, caro mesmo é passar mal e ir parar no hospital durante a viagem. E isso pode, sim, acontecer com o excesso de calor e de transpiração. 

Por isso, se você é como eu e costuma passar mal por causa do excesso de transpiração, que tal deixar para economizar em outros itens e reservar um hotel com climatização?

Mas fique atento com as mudanças de ambiente, pois uma alteração brusca na temperatura também pode nos prejudicar. Assim, uma solução é deixar o ar do quarto sempre fresco, mas não gelado. Outra é evitar sair do ar-condicionado quando o sol estiver a pino.

Ainda outra possibilidade é sempre carregar um agasalho. Por exemplo, você pode estar na praia e ter de ir almoçar em um restaurante mais próximo, que lhe dá a sensação de que entrou por engano no filme “Frozen”. 

Você pensa que é brincadeira? Quando estive em Aruba, uma belíssima ilha no Caribe, praticamente todos os restaurantes eram assim… Mas, felizmente, tinham me avisado, então eu sempre estava com um agasalho na mochila.

Porém, com certeza, todas as decisões devem ser individuais, pois dependem de como o organismo de cada um reage.

2 – Sem hidratação não há solução

Sou cadeirante e sei quanto é difícil encontrar toalete acessível. Por isso, muitos de nós acabam tomando pouca água, para poder espaçar as idas ao banheiro.

Porém, pouca água é prejudicial à saúde, principalmente no verão, e o resultado pode ser queda de pressão arterial, tontura e até desmaio.

Então, o melhor é encontrar um equilíbrio nessa luta da água X banheiro

O que não pode deixar de acontecer é a gente aumentar a ingestão de líquidos. E, se o médico autorizar, recorrer também a uma bebida isotônica ou uma deliciosa água de coco.

3 – Protetor solar

Protetor solar não deve ser deixado de lado, afinal é necessário a gente se proteger contra o câncer de pele e contra queimaduras. 

Isso é ainda mais importante quando a pessoa tem a sensibilidade reduzida, porque pode não perceber o ardor. Então, vale redobrar os cuidados.

4 – Roupas e acessórios adequados

Prefira roupas leves, confortáveis, com tecidos que não machuquem e não causem alergias. No calor, nossa pele pode ficar mais sensível e se ferir facilmente com o atrito.

Que tal optar por malha de algodão, até para evitar superaquecimento?

Comigo já aconteceu uma quase-tragédia. Num dia muito quente, usei uma meia fina 7/8 (não sei se os homens saberão o que é isso…) com barra de silicone para aderir à coxa. Horas depois, quando a retirei, notei que parte da pele que ficou em contato com o silicone estava com vergões. Infelizmente, a outra parte saiu junto com a meia. Sério!

Também vale a pena ter peças de roupa e chapéu com proteção solar, para usar na praia ou na montanha. O protetor solar em creme ou gel pode não ser suficiente, e elas nos ajudam a evitar queimaduras e insolação. Porém, fique atento à qualidade, para não comprar algo baratinho que não cumpra a função.

Óculos solares são muito bem-vindos, pois protegem os olhos (desde que as lentes tenham qualidade) e ainda nos deixam charmosos, e disso não se pode abrir mão…

5 – Alimentação escolhida a dedo

No verão, os alimentos se deterioram com mais facilidade. Como não queremos estragar nossa viagem com um desarranjo intestinal, o ideal é dar preferência aos itens frescos, com boa aparência, sem nenhum sinal de que podem estar passados.

Também é bom evitar comidas gordurosas e tudo que possa dificultar a digestão.

Então, é melhor ficar longe da feijoada e do azeite de dendê, beleza? rs

E não se esqueça de que bebidas alcoólicas estimulam a produção de urina. Esse excesso de eliminação de água, você sabe, pode desidratar. Então, se beber álcool, beba água também!

6 – Desventuras em série? Nem pensar…

Manter a hidratação e a estabilidade térmica no verão precisa ser nossa prioridade, mas os demais cuidados também são muito bem-vindos.

Meu objetivo, e do Guiaderodas, é tornar a sua viagem – aliás, a nossa! – o mais confortável e segura possível!

Então, favor não abusar de nada e se tratar com todo o carinho que merece.

E certamente você tem na manga alguma dica que não está aqui! Se isso for verdade, esperamos que compartilhe conosco!

Até a próxima!

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Laura Martins
Cadeirante e vive em Belo Horizonte. Gosta tanto de viajar que criou o blog Cadeira Voadora a fim de compartilhar experiências de viagem com acessibilidade. Segundo ela, seu objetivo é deixar asas na porta das pessoas, para criarem coragem e começarem a “voar”. Também trabalha com consultoria e palestras, a fim de que a tão desejada “cidade para todos” seja um dia algo tão corriqueiro que nem chame mais atenção.

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