7 dicas para facilitar a compra da passagem aérea para pessoa com deficiência

passagem aérea para pessoa com deficiência

Comprar uma passagem aérea pode não ser tão simples quando o passageiro é uma pessoa com deficiência. Se for o seu caso, aqui estão 7 dicas para facilitar sua vida!

Com elas, você evitará “pegadinhas”, saberá se tem direito a descontos para comprar passagem aérea para pessoa com deficiência e como consegui-los e, por fim, terá condições de se cercar de cuidados para evitar problemas.

Animador, não? Vamos em frente?

1 – Pesquise com antecedência

“Antecedência” é a palavra mágica quando se trata de planejar qualquer viagem, mas deve ser levada ainda mais em conta quando a pessoa optar por transporte aéreo.

Quanto mais próxima da data da viagem a compra da passagem aérea for realizada, maior é o preço.

Além disso, há o risco de não encontrarmos lugar na aeronave no dia e no horário almejados. Na verdade, dependendo da época, existe até mesmo a possibilidade de não conseguirmos passagem. 

Portanto, havendo possibilidade, comece sua pesquisa com pelo menos três meses de antecedência. Porém, esse prazo pode até ser maior, caso a viagem vá acontecer na alta temporada.

2 – Pesquise com método

Mas como proceder para fazer uma busca que dê bons resultados?

Primeiramente, cadastre-se nos sites das companhias aéreas para receber as ofertas no e-mail. Assim, é possível acompanhar as mudanças nos preços e se decidir quando observar uma boa relação entre custo e benefício.

Em segundo lugar, pesquise nos sites de busca de passagens, pois eles reúnem todas as companhias numa só página.

Quanto mais flexível você for no que se refere a dia da semana e horário da viagem, mais chance terá de conseguir bons preços. Isso acontece porque as tarifas variam ao longo da semana e do dia, assim como podem se alterar se houver conexões entre os voos.

Certamente, só vale a pena flexibilizar se isso não trouxer nenhum tipo de prejuízo para você. Por exemplo, conexões são penosas para pessoas com mobilidade reduzida, então pode valer a pena pagar mais caro por um voo direto.

E atenção para esta “pegadinha”: Quando estiver fazendo pesquisa de preços, entre uma busca e outra limpe os cookies do seu navegador. Se você não fizer isso, o site pode usar as informações para aumentar os preços das passagens. Embora isso não seja comprovável, já aconteceu comigo mais de uma vez e com pessoas que conheço. Já ocorreu até mesmo de, na mesma companhia aérea e no mesmo horário, a passagem ter preços diferentes quando eu olhava em computadores diferentes.

3 – Compre com a companhia aérea ou a agência de turismo

Embora você possa pesquisar tanto nos sites das operadoras aéreas quanto nos de busca de passagens, o ideal é comprar a passagem aérea para pessoa com deficiência com a companhia aérea, ou com agência de viagem que trabalhe de forma personalizada. 

Afinal, temos peculiaridades por causa da deficiência, e os sites de busca não lidam com especificidades. Eles apenas comercializam as passagens.

Se você comprar em um deles, depois terá que entrar em contato com a companhia aérea para realizar os pedidos que dizem respeito ao fato de ter uma deficiência ou mobilidade reduzida. Além disso, caso venha a ter algum problema, pode ser difícil resolver com um simples telefonema. 

Comprando com a companhia aérea (seja no site, por telefone ou numa loja física), com alguns cliques é possível resolver quase tudo. A exceção se refere ao desconto na passagem.

Com relação às agências de viagem, aconselho evitar pacotes e voos fretados, porque tudo que é padronizado pode oferecer risco de perrengues para pessoas que fogem ao padrão, concorda?

4 – Tire todas as dúvidas antes de comprar

Seja qual for o método que escolher para adquirir sua passagem aérea para pessoa com deficiência, não finalize a compra antes de resolver todas as dúvidas referentes às suas especificidades.

Ou seja, procure saber tudo sobre a ajuda que receberá nos aeroportos, os equipamentos que poderá transportar (incluindo tipo de bateria de cadeira motorizada) e a franquia de bagagem, entre outras questões.

Ainda que você viaje com frequência e supostamente já conheça as regras, vale a pena checar se não ocorreu alteração… Por exemplo, já vi cadeirante tendo problemas com bateria de cadeira motorizada por causa de mudanças de critérios. 

Se você tem deficiência física ou mobilidade reduzida, mas não usa cadeira de rodas, lembre-se de que as distâncias nos aeroportos são imensas. Que tal reservar uma cadeira do aeroporto/companhia aérea para cobrir a distância que vai do check-in até o embarque, valendo o mesmo para o desembarque? Você tem direito!

Para pessoas com deficiência auditiva: as companhias aéreas dispõem de linha telefônica para seu atendimento, e o número pode ser obtido no site.

5 – Esteja atento ao intervalo entre conexões

Ao comprar passagens para voos com conexão, planeje no mínimo três horas de prazo entre eles, especialmente se for aeroporto de grande porte. Pode lhe parecer gasto inútil de tempo, mas é preferível ter de aguardar mais do que perder a conexão.

Considere que atrasos no primeiro voo são comuns, e isso pode provocar a perda do voo seguinte. Afinal, temos que esperar todo mundo desembarcar antes de sairmos da aeronave, e isso leva tempo. Além disso, pode surgir a necessidade de usar o toalete no percurso entre uma aeronave e outra.

6 – Aumente a probabilidade de conseguir um assento adequado

Na compra on-line, as companhias aéreas só permitem a escolha de assento com espaço extra se o passageiro pagar um valor maior por esse conforto. Até onde sei, nenhuma delas permite que a pessoa com deficiência marque este assento sem pagar esse valor.

Porém, no momento do check-in presencial, este assento lhe poderá ser destinado sem nenhum custo extra nos casos previstos nos arts. 31 a 34 da Resolução nº 280  da Anac. 

Sendo assim, você pode optar por escolher qualquer assento no momento da compra on-line e depois trocá-lo no check-in presencial.

Existe uma justificativa para que essa poltrona não seja liberada para pessoa com deficiência na operação on-line.

Em alguns casos, as poltronas com espaço extra estão localizadas nas saídas de emergência. De acordo com o art. 34 da resolução mencionada, esses assentos não podem ser ocupados por pessoa que tenha dificuldade de deixar o lugar rapidamente em caso de pane.

Então, chegue ao aeroporto com mais antecedência do que o recomendado pela companhia aérea, para ter tempo de conversar com o atendente e solicitar a poltrona com espaço extra.

Tenha em mente que, se houver muitas pessoas com as mesmas necessidades, quanto mais próximo do horário de embarque você chegar, menos chances terá de conseguir os melhores lugares.

7 – Verifique se você tem direito a descontos

O acompanhante da pessoa com deficiência tem direito a no mínimo 80% de desconto, caso fique comprovado que o passageiro não tem como viajar sozinho. Para verificar se é o seu caso, confira o art. 27, § 2º, da resolução mencionada.

Mas não é suficiente ter o direito, pois ele deve ser comprovado por meio de formulário assinado pelo seu médico. Para saber como proceder, o melhor é consultar a companhia aérea, pois elas têm protocolos diferentes umas das outras, além do que são regras que podem se alterar. A maioria disponibiliza essas informações no site, mas o ideal é que você vá diretamente a uma loja da própria companhia. Ao contrário do que possa parecer, isso pode agilizar o processo. 

É importante saber que o valor a ser pago pelo acompanhante deverá ser igual ou inferior a 20% do valor que você pagou pelo bilhete aéreo. Sendo assim, não importa que a tarifa tenha aumentado enquanto a companhia aérea avaliava seu pedido, porque a base de cálculo será o valor pago pelo passageiro com deficiência.

Também é útil saber que o acompanhante, nessa circunstância, deverá viajar na poltrona ao seu lado.

A pessoa com deficiência pode ter direito também a desconto para despachar bagagem. Segundo a resolução que citei, a companhia aérea deve transportar gratuitamente a ajuda técnica empregada para a locomoção do passageiro, limitada a uma peça. 

Por exemplo, não pagamos pelo transporte da nossa cadeira de rodas, ou das muletas.
Porém, no caso de transporte de bagagem acima do limite da franquia, a companhia aérea deve oferecer desconto de, no mínimo, 80% no valor cobrado pelo excesso de bagagem. 

Mas atenção: isso vale exclusivamente para o transporte de ajudas técnicas ou equipamentos médicos indispensáveis ao passageiro. Esta determinação está expressa no inciso II do § 3º do art. 8º.

Você merece uma viagem tranquila!

Com essas dicas, todo o processo de aquisição da passagem aérea para pessoa com deficiência tende a ocorrer da forma mais tranquila possível. O próximo passo é escolher os passeios que fará em seu destino!

No mais, boa viagem!

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laura martins

Laura Martins
Cadeirante e vive em Belo Horizonte. Gosta tanto de viajar que criou o blog Cadeira Voadora a fim de compartilhar experiências de viagem com acessibilidade. Segundo ela, seu objetivo é deixar asas na porta das pessoas, para criarem coragem e começarem a “voar”. Também trabalha com consultoria e palestras, a fim de que a tão desejada “cidade para todos” seja um dia algo tão corriqueiro que nem chame mais atenção.

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