A ferramenta é intuitiva, de fácil navegação e pode ser utilizada em qualquer lugar
Ir ao cinema nem sempre é uma tarefa simples, principalmente quando os espectadores são pessoas com deficiência. Para mudar essa realidade, a Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex) criou uma nova tecnologia que dá acesso gratuito e em tempo real à audiodescrição, legenda e Libras (Língua Brasileira de Sinais) durante as sessões.
A tecnologia
O objetivo da tecnologia é democratizar o acesso à cultura e ao entretenimento e ampliar a acessibilidade de pessoas com deficiências visual e auditiva em todas as salas de cinema do Brasil. A ferramenta pode beneficiar milhões de pessoas, visto que o Brasil tem mais de 10 milhões de surdos e mais de 6,5 milhões de habitantes cegos e com baixa visão.
A tecnologia já foi testada em julho deste ano, em um evento em Brasília, e em agosto, em uma sessão exclusiva do filme “Turma da Mônica – Laços” realizada em São Paulo. Na capital paulista, a iniciativa contou com a participação de crianças e adultos com deficiência visual atendidos pela Fundação Dorina Nowill para Cegos.
A ferramenta é intuitiva e de fácil navegação e reconhece o áudio do filme e o transforma, em tempo real, em audiodescrição, legenda e Libras. Outra vantagem é que, além dos cinemas, a tecnologia pode ser utilizada para assistir a filmes em qualquer lugar, mesmo fora das salas multiplex. O aplicativo é gratuito e conta com versões para Android e iOS.
Acessibilidade nos cinemas
A oferta de acessibilidade nos cinemas é garantida por lei no Brasil. A primeira iniciativa surgiu em 2015, com a implementação do Estatuto da Pessoa com Deficiência, ou Lei nº 13.146. Ela determina que todas as salas de cinema devem oferecer, em todas as sessões, recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência, além de espaços livres e assentos reservados especificamente para esse público.
Em 2016, a Agência Nacional do Cinema (Ancine) estabeleceu a Instrução Normativa n° 128, que determina que os distribuidores e exibidores de filmes devem proporcionar recursos de acessibilidade às pessoas com deficiência visual e auditiva, incluindo audiodescrição, legendagem descritiva e Libras. Em caso de descumprimento, a multa pode variar de R$ 500 a R$ 100 mil, dependendo da natureza da infração.
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Carina Melazzi
Jornalista e produtora de conteúdo. Gosta de contar histórias e é apaixonada por viagens, montanhas e mar.