A dança é uma prática corporal que pode ser experimentada por qualquer pessoa e deve fazer parte da Inclusão
Independentemente da idade, e funciona como um meio de linguagem não verbal ao qual podemos expressar nossos sentimentos e pensamentos.
Além disso, todo estilo de dança tem por trás uma cultura, histórias e valores representados até mesmo como uma manifestação social de determinado grupo da sociedade.
Conheça a seguir um pouco sobre o universo da dança breaking e como a inclusão é um fator diferencial nas competições.
Breaking para todos
O estilo de dança Breaking, popularmente conhecido como Breakdance, conquistou milhares de pessoas ao redor do mundo por compor e proporcionar uma imersão na cultura Hip Hop com seus movimentos ao som de funk, breakbeat e hip hop.
Os dançarinos do estilo são conhecidos como b-boys e b-girls, sendo competidores de uma das poucas atividades do mundo que não existe separação entre pessoas com ou sem deficiência.
Em meio aos praticantes encontramos o grupo internacional de dança ILL-Abilities, composto por sete integrantes com deficiência de diferentes nacionalidades, como Holanda, Chile, Coréia do Sul, Estados Unidos, Canadá e dois representantes do Brasil.
Entre os brasileiros está o dançarino profissional Lucas Ferreira, 26 anos, conhecido como Perninha devido a sua deficiência física na perna esquerda, e que começou no breaking em 2008, após anos praticando diversos esportes.
“Sempre pratiquei esportes com a intenção de me superar e mostrar para todos que, mesmo tendo uma deficiência, eu poderia ser tão bom quanto qualquer um”, afirma Lucas.
Além de participarem de competições de breaking em todo o mundo, o grupo se apresenta em shows de grandes festivais de música e teatro, e oferece workshops destinados a pessoas em situação de vulnerabilidade social.
A importância da inclusão na dança
A dança é traduzida por meio de movimentos, expressões e gestos, capazes de transformar a vida de qualquer pessoa que se dedique e tenha vontade de aprender.
Para Lucas não foi diferente. As transformações que a dança trouxe são evidentes por meio de diversos reconhecimentos em sua vida pessoal e profissional.
“Com a dança consegui perder a timidez e me tornei uma pessoa bem mais comunicativa, além de aprender a entender diferentes perspectivas. Sem contar o bem estar que a dança promove, como qualidade de vida, saúde e cuidados com o corpo”. E acrescenta: “Eu diria que não só a dança faz bem, mas tudo se torna mais leve quando você faz o que ama”.
Movimentos de breaking
O breaking apresenta diversos movimentos que envolvem os pés e as mãos, sendo muitos deles com giros que necessitam de concentração e equilíbrio. Apesar disso, nenhum movimento é impossível para pessoas com deficiência.
“Para realizar os movimentos não tem segredo. Tudo se resume a treino e mais treino. Desde a consciência corporal, repetição e um pouco de musculação”, confirma Lucas que revela não ter um movimento favorito, mas ama o “volteio” (flare carpado da ginástica) e o Footwork.
Confira um vídeo de apresentação do grupo:
Breaking nas Olimpíadas de 2024
Segundo o Comitê Olímpico Internacional (COI), o estilo de dança breaking terá um lugar garantido nas Olimpíadas de Paris (França) em 2024, será como um “breaking olímpico” já que dançarinos também são atletas.
Apesar de não terem sido divulgadas muitas informações sobre como serão as competições, Lucas comemora a visibilidade da atividade e acredita que pode ser algo histórico.
“Precisamos acreditar e persistir mais! Sempre haverá pessoas que dirão que você não consegue ou que você é louco. Então, se acreditarmos de verdade e estudarmos os meios para que aquilo se concretize, devemos continuar! Pois só você sabe o quanto vale seu sonho”.
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Foto: Divulgação Red Bull
Cintia Alves de Sousa
Jornalista especialista em mídia e reportagem, que busca constantemente por novos desafios no segmento da Comunicação Acessível, para contribuir com ações que valorizem a diversidade e a inclusão na sociedade.