Desenho universal vira disciplina obrigatória nos cursos de arquitetura

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Determinação prepara estudantes para atuação com projetos que possam ser utilizados por todas as pessoas

Quando atribuímos o adjetivo universal a alguma coisa, estamos dizendo que aquilo se estende a tudo e a todos. O desenho universal, portanto, cumpre justamente esse propósito: são produtos, serviços e ambientes projetados para serem utilizados por todas as pessoas. E aqui no Brasil, agora, o conceito faz parte do currículo obrigatório dos cursos de arquitetura.

A determinação do Conselho Nacional de Educação já está valendo e ainda recomenda que o desenho universal não seja uma disciplina isolada, mas que integre outras, contribuindo para a qualificação do futuro profissional. O propósito é que os estudantes se preparem para desenvolver projetos que possam ser utilizados da maneira mais independente e natural possível, no maior número de situações. 

Bom pra todo mundo

O arquiteto Ronald Mace foi o criador do “universal design”, em 1989. Ele, que usava cadeira de rodas, foi um dos primeiros da profissão a levantar a bandeira sobre a importância da acessibilidade e da adaptabilidade nos projetos de arquitetura e design.

Felizmente, suas palavras têm ecoado pelo mundo e todos os brasileiros que quiserem seguir a profissão de Mace irão aprendê-las. Mas o consumidor, também, deve estar atento. Antes de adquirir um imóvel, por exemplo, pense na sua habitabilidade. Um exercício simples: a casa que você mora hoje poderia ser facilmente adaptada caso um dos moradores passasse a usar uma cadeira de rodas? Se a resposta é sim, ponto para o arquiteto que a projetou (que muito provavelmente levou o desenho universal em conta!), mas, em caso negativo, fica a reflexão sobre a importância desse conceito.

Soluções práticas de desenho universal na arquitetura

Aqui no blog Ideia Boa já apresentamos os 7 princípios do desenho universal, que vão do uso equitativo e intuitivo ao baixo esforço físico. Entre os exemplos práticos mais clássicos estão as maçanetas das portas. Para quem tem a mobilidade das mãos em perfeitas condições e não costuma fazer uso de objetos para se locomover (como bengalas), é difícil sentir a diferença entre uma maçaneta redonda daquelas do tipo alavanca. Mas quem tem força limitada sabe: é a segunda opção a melhor, pois permite a abertura da porta usando o cotovelo ou o punho, por exemplo – o que não é possível no primeiro caso.

Outra situação corriqueira que prova a importância do estudo do desenho universal pelos profissionais de arquitetura é a disposição das tomadas. Com o uso de equipamentos eletrônicos praticamente o dia todo, o uso de tomadas é constante. Mas você já reparou em que altura elas ficam na sua casa? Segundo a norma NBR 5410 da ABNT, as tomadas baixas devem ser instaladas a partir de 30 cm do chão. Esse mínimo parece adequado – até que surja uma dificuldade para se abaixar. É por isso que os projetos adaptáveis trabalham com uma distância de 45 cm do chão.

Mãos à obra

Ficou interessado em saber mais sobre o desenho universal na arquitetura? Então confira a seção de Arquitetura aqui do blog, que está recheada de conteúdos sobre inclusão e acessibilidade em espaços e projetos. E vá pela máxima: encontrar uma solução específica para atender uma pessoa não é incluir. Lembra do conceito de universalidade mencionado no início deste texto? Pois bem, “se um lugar não oferece acesso a todas as pessoas, então é um lugar deficiente”, já diria a arquiteta Thaís Frota.

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Luciana Faria

Luciana Faria
Escolheu o jornalismo para fazer da paixão por contar histórias sua profissão. Há mais de uma década no mercado editorial e poeta desde a infância, acredita que a palavra também pode transformar as pessoas e mudar o mundo!

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