Libras na escola: Sinais para a inclusão

Libras na escola: Sinais para a inclusão

O exercício da língua está essencialmente ligado com a participação plena da sociedade

Seja através da escrita ou da fala, é a linguagem que torna possível a construção de novos saberes, o desenvolvimento humano, a produção de conhecimento e a inserção em uma socialização adequada.

Este conceito foi estudado pelo filósofo russo Mikhail Bakhtin na primeira metade do século XX. Para ele, a linguagem existe a partir de um sistema extremamente complexo de diálogos e essa utilização se efetiva em forma de enunciados que surgem pela atividade humana.

E, quando se trata de pessoas com deficiência – no caso auditiva -, a situação não só não é diferente, como exige um preparo e uma compreensão mais ampla. Assim, o ensino de Libras em escolas é pauta aprovada no Congresso, mas, infelizmente, ainda não é uma realidade consolidada.

Há 20 anos

Há mais de 10 milhões de surdos no Brasil, de acordo com o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. E, através de ampla mobilização da comunidade surda na luta por seus direitos, foi instituída, há exatos 20 anos, a Língua Brasileira de Sinais, conhecida amplamente por Libras.

A educação de surdos no país remonta à instalação da primeira escola para pessoas com deficiência auditiva, ainda no século XIX. O pioneiro na educação de surdos foi o professor francês Ernest Huet, que se mudou para o Brasil em 1855 a convite do imperador Dom Pedro II.

Expressão e integração

A Libras se dá a movimentos e expressões faciais compreendidas pelo receptor da mensagem. Conhecê-la, aprendê-la e ensiná-la, são formas de respeito, abrindo sempre  a oportunidade do diálogo, possibilitando que se possa ter não apenas a horizontalidade da comunicação, mas também uma integração mais igualitária na sociedade.

Para se ter esse avanço, as escolas devem oferecer mais do que simples acesso à educação. A parte social é desenvolvida para a inclusão plena, garantindo assim, condições para a permanência, evitando a evasão escolar. Desse modo, a participação do aluno com deficiência auditiva requer espaço acolhedor, com serviços e recursos de acessibilidade.

O ensino de Libras nas escolas, além de pedagógico em sua essência, é um ato de inclusão social. Além disso, é na infância que se costuma ter mais facilidade para o aprendizado de uma nova língua. Após a apresentação das letras, são ensinadas as palavras e expressões que cada gesto significa. 

Bilíngue

Quem sabe se comunicar através de Libras pode ser considerado uma pessoa bilíngue, o que é uma oportunidade de desenvolvimento pessoal e para o mercado de trabalho. Há bastante demanda para a especialização e todas as regiões do país possuem faculdade de Letras-Libras para formar professores da educação básica e intérpretes da Língua Brasileira de Sinais.


Bruno Matheus

Bruno Matheus

Jornalista, escritor, músico. Tentando entender e mudar o mundo desde 1985.

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