O que causa a síndrome de Tourette?

síndrome de Tourette

A Síndrome de Gilles de la Tourette (ST) é conhecida por tiques múltiplos, motores ou vocais, que acontecem em diferentes frequências e níveis de intensidade

Diagnosticada geralmente na infância ou até os 18 anos, a síndrome é um distúrbio neuropsiquiátrico, que acontece independente de problemas emocionais e podem estar associados a fatores hereditários, transtornos de aprendizagem, entre outros.

Quais são os sintomas da síndrome de Tourette?

Os sintomas iniciais mais comuns da síndrome são os tiques motores, como contrair os músculos do rosto, piscar, balançar a cabeça, franzir a testa, entre outros. Já os tiques vocais, podem estar associados a limpar a garganta, tossir ou fungar.

Existem outros sintomas menos frequentes, mas que são conhecidos pela síndrome, como a ecolalia (repetição de sons ditos por outra pessoa) e a coprolalia (uso involuntário das palavras).

Um dos pontos que mais incomodam as pessoas com Tourette é justamente não conseguir evitar os sintomas involuntários e por isso muitas delas desenvolvem quadros de ansiedade devido à exposição em ambientes sociáveis.

Aline Morganna, 36 anos e diagnosticada há quase 10 anos com ST, conta o que fazia nessas situações antes de confirmar a síndrome. “Eu já tinha percebido antes que os tiques pioravam quando eu me sentia ansiosa, então eu buscava métodos para me acalmar”, revela.

Diagnóstico da síndrome de Tourette

Ao perceber um dos sintomas citados acima, é importante que os responsáveis pela criança ou adulto diagnosticado, consultem um neuropediatra ou psiquiatra especialista em Tourette.

Isso porque os sintomas podem não acontecer ao mesmo tempo e a duração pode variar em longos períodos.

Durante a infância, o tratamento precisa ser realizado adequadamente para que a criança se desenvolva e tenha menos traumas possíveis.

“Os pais que têm filhos, se informem mais ainda e estejam ali para seus filhos. Eles não vão mudar, pode até amenizar com tratamentos, mas isso não cura”, declara Aline.

Como controlar a síndrome de Tourette?

Apesar de a síndrome não ter cura, existem tratamentos para o controle dos tiques, como os medicamentos antipsicóticos e a terapia comportamental cognitiva, que monitora os movimentos e desenvolve ações voluntárias.

Além da avaliação e do acompanhamento médico, procure por atividades que aliviam o estresse, como a prática de esportes ou ioga.

Para Aline, é preciso buscar meios alternativos que te deixem confortável durante o tratamento. “Muitos psicotrópicos fazem muito mal pra mim, por isso hoje eu faço meditação, terapia com óleo de canabidiol (CBD) acompanhada com psiquiatra, uso Florais de Bach, psicoterapia (pra me manter bem mesmo) e exercícios de respiração”. 

Como lidar com a Tourette?

Uma dica valiosa é conversar sobre a síndrome com pessoas próximas, para esclarecer dúvidas e aprender juntos.

Mesmo depois de anos, Aline, que hoje é funcionária pública, confessa que o seu maior obstáculo ainda é lidar e se relacionar com novas pessoas. 

“Por mais que, hoje em dia, eu já me apresente informando sobre a ST para pessoas com quem eu vou passar a conviver (trabalho, faculdade etc.), ainda tenho medo e receio de passar por bullying”, conta Aline. E, revela: “por mais que eu saiba me defender é uma coisa que estraga o dia da gente”.

Conversar e se atualizar sobre o assunto é fundamental, pois cada pessoa possui características diferentes da síndrome e, portanto, entender as individualidades ajuda na construção de um meio social mais saudável.

No ambiente escolar, por exemplo, não converse apenas com os funcionários, tente se aproximar também dos pais dos alunos e pedir para que eles conversem com os seus filhos.

“Acho que o mais importante a dizer é que as pessoas com ST não devem tentar reprimir, pois piora e muito! Busquem informações cada dia mais e sejam seus maiores defensores”,

afirma Aline.

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Cintia Alves de Sousa

Cintia Alves de Sousa
Jornalista especialista em mídia e reportagem, que busca constantemente por novos desafios no segmento da Comunicação Acessível, para contribuir com ações que valorizem a diversidade e a inclusão na sociedade.

6 respostas

  1. É preciso abranger mais este assunto em todos as partes da sociedade pra que todos conheça essa síndrome.

      1. Quando criança conheci um senhor de meia idade que tinha ST. No principio ficava assustada com ele quando os tiques eram bem acentuados nos membros inferiores e
        nos superiores mais pelo direito. Com o tempo a minha mãe me explicou o que eram esses espasmos, até porque ela conversou com ele sobre isso.

  2. Meu filho hoje com 18 anos tem turret desde os 5 anos, mas nenhum psquiatra que eu o levava acreditava em mim, e foram vários, até encontar uma boa profissional que me deu ouvidos e aí sim ,inicio o tratamento com remedios para aliviar os tiques. Foi uma luta

  3. Gostaria de saber se tem algum grupo ou psiquiatra especializado em turret para me indicar no ABC em SP.

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