Parques naturais do Brasil oferecem estruturas com acessibilidade

A iniciativa do ICMBio favorece a prática do montanhismo por pessoas com deficiência

Caminhar pelas trilhas dos parques naturais brasileiros, admirando as paisagens e ouvindo os sons da natureza, nem sempre é uma tarefa fácil para pessoas com deficiência, principalmente devido à falta de acessibilidade. Para mudar essa realidade, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) começou a realizar adaptações nas estruturas de suas unidades de conservação para torná-las mais inclusivas. 

As intervenções têm impacto mínimo sobre o ambiente e incluem pontes e trilhas suspensas, bosques sensoriais, rampas, cadeiras de rodas adaptadas, elevadores, cadeiras anfíbias, que são utilizadas na água, e sinalização em braille. Dessa forma, as adaptações estruturais facilitam a conexão com a natureza e tornam a prática do montanhismo acessível a todos. 

No Brasil, os principais parques naturais que oferecem estrutura inclusiva são: Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (PE), Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (MT), Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO), Parque Nacional das Emas (MS/GO), Parque Nacional do Pau Brasil (BA), Parque Nacional da Tijuca (RJ), Parque Nacional da Serra dos Órgãos (RJ) e Parque Nacional do Itatiaia (RJ). 

Fernando de Noronha: paraíso com acessibilidade para todos


Julietti: cadeira de rodas adaptada

Ao lado, um exemplo da cadeira de rodas adapatada para ativades de lazer no meio ambiente.

A Julietti é um dos principais equipamentos que proporcionam a inclusão de pessoas com deficiência em atividades de lazer no meio ambiente. A cadeira é desmontável, fácil de transportar, tem apenas uma roda com pneu de borracha e amortecedor e conta com cinto de segurança afivelado, apoios para cabeça e pés e freio estacionário para garantir mais conforto e segurança aos usuários.

A cadeira adaptada foi idealizada pelo engenheiro Guilherme Cordeiro, após sua esposa Juliana Tozzi começar a apresentar dificuldades de locomoção, devido ao surgimento de uma síndrome neurológica rara, a degeneração cerebelar paraneoplásica. Mesmo com o diagnóstico da doença, o casal apaixonado por montanhismo e viagens decidiu que não abandonaria suas aventuras. 

Antes de começar a projetar a Julietti, Guilherme tentou algumas vezes usar a cadeira de rodas tradicional para fazer trilhas com Juliana, mas o passeio se tornava muito difícil em função das limitações do equipamento e da grande estrutura de apoio que precisava ser envolvida a cada tentativa.

Diante da falta de opções e da vontade de ajudar sua esposa a percorrer novamente trilhas de difícil acesso, Guilherme decidiu fabricar uma cadeira adaptada especialmente para Juliana, que batizou carinhosamente o equipamento de Julietti. Assim, o casal voltou a desbravar a natureza e passou a viver aventuras com acessibilidade.

A cadeira patenteada por Guilherme foi tão bem-sucedida que levou à fundação da empresa Julietti Tecnologia Assistiva, que busca tornar as atividades ao ar livre acessíveis, por meio da criação de novos produtos e equipamentos, de forma simples e sem a necessidade de intervenções na natureza.

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Carina Melazzi

Carina Melazzi
Jornalista e produtora de conteúdo. Gosta de contar histórias e é apaixonada por viagens, montanhas e mar.

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