Por que é importante priorizar a acessibilidade digital no e-commerce?

acessibilidade digital

Apesar de serem uma obrigação legal no Brasil, os sites inclusivos, com acessibilidade digital, ainda estão presentes em menor número

Quando uma empresa decide desenvolver seu e-commerce, as principais preocupações costumam girar em torno do preço, das formas de pagamento, do frete, da variedade de produtos e da navegação otimizada. Mas existe um aspecto muito importante que, na maioria das vezes, acaba ficando no final da lista de prioridades: a acessibilidade digital. 

O Movimento Web para Todos (MWPT), em conjunto com a BigData Corp, realizou uma análise da experiência de navegação das pessoas com deficiência no país, e o resultado foi desanimador: somente 1% das páginas da web estão acessíveis. Isso quer dizer que ainda existe uma grande barreira a ser superada em milhares de sites ativos do Brasil.

Neste artigo, você vai entender melhor por que ter um ambiente digital acessível é tão importante quanto oferecer bons preços, formas variadas de pagamento e frete atraente e como uma simples mudança de atitude pode fazer a diferença na vida de milhões de pessoas com deficiência. Continue a leitura!

Acessibilidade digital: direito de todos

Em 2015, foi sancionada a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI), também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência. Atualmente, ela é uma das leis mais completas sobre acessibilidade no Brasil e complementa a Lei nº 10.098, que estabelece critérios básicos para a inclusão de pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida.

A LBI tornou obrigatória a acessibilidade em sites da internet mantidos por empresas com sede ou representação comercial no Brasil ou por órgãos de governo. Essa norma está em conformidade com as melhores práticas adotadas internacionalmente, que seguem principalmente as diretrizes do W3C (World Wide Web Consortuim), consórcio especializado no desenvolvimento de padrões para a internet.

Hoje, um dos documentos mais relevantes que reúnem os padrões que devem ser adotados na construção de sites acessíveis é o WCAG (Web Content Accessibility Guidelines).

Segundo ele, existem quatro princípios que definem uma página inclusiva:

  1. Perceptível: informação e interface de uso são apresentadas de forma que possam ser percebidas pelo usuário.
  2. Operável: a interface e a navegação devem ser operadas por qualquer usuário.
  3. Compreensível: a informação deve ser disponibilizada de maneira compreensível.
  4. Robusto: o conteúdo deve ser robusto o suficiente para que possa ser interpretado por diferentes pessoas e tecnologias assistivas.

As empresas podem colocar essas diretrizes em prática de diversas maneiras em seu e-commerce, levando em consideração os mais variados tipos de deficiência. Algumas delas incluem:

  • Disponibilizar texto alternativo (alt text) em imagens, logotipos, figuras etc.
  • Verificar o contraste entre as cores de fundo e as cores dos textos. 
  • Utilizar tecnologias assistivas para facilitar a experiência do usuário.
  • Aumentar a área de clique dos botões do site.
  • Incluir a opção de aumentar a fonte dos conteúdos disponíveis.
  • Disponibilizar janela de Libras (Língua Brasileira de Sinais) e legendas descritivas.
  • Permitir a ativação de elementos da página do site pelo teclado.

Para além das questões técnicas, o investimento na construção de sites com acessibilidade também é uma questão de negócio. Ele abre as portas para um novo mercado, composto por mais de 17 milhões de pessoas, que corresponde a 8,4% da população brasileira. 

Da mesma forma que a acessibilidade digital garante a todos o acesso à informação, produtos e serviços, ela também é uma importante estratégia comercial, de posicionamento de marca e de responsabilidade social para as empresas.

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Carina Melazzi

Carina Melazzi
Jornalista e produtora de conteúdo. Gosta de contar histórias e é apaixonada por viagens, montanhas e mar.

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