A condição não é incapacitante e pode ser tratada para melhorar o dia a dia e a comunicação das pessoas surdas
No Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 5% da população é surda, o que representa 10 milhões de habitantes, dos quais 2,7 milhões não ouvem nada. Como o quadro de perda auditiva vem aumentando, em parte, devido ao processo de envelhecimento, estima-se que, até 2050, 900 milhões de pessoas podem desenvolver surdez, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Neste artigo, você vai entender melhor quais os diferentes tipos e graus de surdez, como identificá-los, quais as principais causas da surdez e de que maneira a Língua Brasileira de Sinais (Libras), um importante meio de comunicação e expressão para os surdos, se desenvolveu no país. Continue a leitura!
Quais os tipos de surdez?
A surdez, que representa a ausência, perda ou diminuição considerável da audição, pode se desenvolver em diferentes fases da vida. Um dos tipos de surdez é a congênita, ou seja, identificada desde o nascimento, mas há casos em que a pessoa perde aos poucos (surdez gradativa), ou subitamente (surdez súbita), a capacidade de escutar nos dois ou em um único ouvido (surdez unilateral).
De acordo com o Ministério da Saúde, existem quatro graus de surdez, que apresentam as seguintes características:
Leve
- A palavra é ouvida, mas certos elementos fonéticos não conseguem ser identificados pela pessoa.
- Não provoca atrasos na aquisição da linguagem, porém há dificuldades em ouvir uma conversa normal.
Moderada
- A palavra só é ouvida a uma intensidade muito forte.
- Dificuldades na aquisição da linguagem.
- Perturbação da articulação da palavra e da linguagem.
- Dificuldades em falar ao telefone.
- Necessidade de leitura labial para a compreensão do que é dito.
Severa
- A palavra dita em tom normal não é percebida.
- É necessário gritar para ter sensação auditiva.
- Perturbações na voz e na fonética da palavra.
- Intensa necessidade de leitura labial.
Profunda
- Não há sensação auditiva.
- Perturbações intensas na fala.
- Dificuldades intensas na aquisição da linguagem oral.
- Facilidade na aquisição da linguagem gestual.
A Língua Brasileira de Sinais
No mundo, existem centenas de variantes da língua de sinais. A versão brasileira, conhecida como Libras, é reproduzida por meio de gestos, expressões faciais e corporais e conta com um alfabeto e uma estrutura gramatical e linguística próprios. Ela foi reconhecida como meio legal de comunicação e expressão em 2002, por meio da Lei nº 10.436.
A comunicação por meio da língua de sinais existe há muitos séculos na história da humanidade, desde a época da Grécia Antiga. No Brasil, a educação dos surdos e o surgimento da Libras estão relacionados a D. Pedro II, que convidou para o país, em 1855, o professor surdo Ernest Huet, que fundou o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines).
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Carina Melazzi
Jornalista e produtora de conteúdo. Gosta de contar histórias e é apaixonada por viagens, montanhas e mar.