Lançada pelo Estado do Rio Grande do Sul, Programa de Atendimento a Pessoas com Transtornos do Espectro Autista (TEA) promove inclusão e rede de apoio à famílias
O Transtornos do Espectro Autista (TEA), também conhecido como autismo, é uma condição caracterizada por um transtorno ligado ao sistema neurológico que resulta em dificuldades de comunicação, linguagem, interação social ou ainda a repetição de movimentos. É determinado como espectro por se desenvolver de formas e níveis diferentes em cada pessoa.
Os primeiros sintomas começam a aparecer logo no início da infância, geralmente depois de um ano, que é quando a família começa a perceber a dificuldade da criança em se comunicar, ter contato visual ou manusear objetos. É importante que o tratamento seja iniciado o quanto antes, visando melhorar sua qualidade de vida.
Mas a falta de conhecimento ou mesmo a negação em aceitar que o filho apresenta TEA resulta em demora para procurar ajuda. Este cenário é muito difícil para a família, por isso uma rede de apoio como forma de auxílio, conhecimento e inclusão se faz essencial.
Foi pensando nisso que o Governo Estadual do Rio Grande do Sul criou o TEAcolhe, programa de acolhimento a essas famílias e atendimento humanizado a pessoas diagnosticadas com autismo.
O que é o TEAcolhe?
O programa TEAcolhe é uma política de atendimento integrado a pessoas com Transtornos do Espectro Autista (TEA), lançada em abril deste ano. O objetivo é oferecer apoio institucional e vínculo interpessoal às famílias de pessoas com TEA a partir de espaços de atendimento integrados. Assim, uma pessoa com espectro autista terá a possibilidade de um atendimento qualificado em todo o estado, independente de onde estiver.
“As estruturas não podem ser estanques. Tem que envolver escola, posto de saúde, centros, atuando de forma integrada, porque é uma mesma população, uma mesma pessoa que está inserida em uma rede e precisa de atendimento integral, não compartimentado”, explicou o governador Eduardo Leite em entrevista à Assessoria de Comunicação (Ascom) da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Ele foi o responsável pela assinatura do Decreto que regulamenta as diretrizes de implantação e execução do programa, que teve como base a Lei 15.322, de 25 de setembro de 2019.
Como será a estrutura do TEAcolhe?
A estrutura padronizada de atendimento objetivada pelo TEAcolhe será possível através da criação de 30 Centros Regionais de Referência em Transtorno do Espectro do Autismo (CRR) e sete Centros Macrorregionais de Referência em Transtorno do Espectro do Autismo (CMR), formados tanto por parceiro públicos municipais como entidades privadas.
As ações terão como base princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, do Sistema Único de Assistência Social e do Sistema Nacional de Educação. E para a definição dos municípios e instituições participantes foi criada uma comissão de julgamento constituída pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), responsável por avaliar as propostas.
O Edital publicado no dia 08 de abril, previa a destinação de 37 vagas para seleção das propostas dos municípios e demais serviços de saúde para a implantação dos centros de referência. Mas o número de propostas de interesse recebidas pela Secretaria Estadual de Saúde ultrapassou este número, foram 13 a mais em relação as vagas previstas. Ao todo foram 50 de gestores públicos municipais e serviços privados, sendo 15 para as macrorregionais e 35 propostas para as regionais.
Conforme o edital, será firmado com as instituições públicas Termos de Compromisso de Referência (TCR) para atribuição de responsabilidade aos gestores de cada município envolvido. Já para os serviços privados serão firmados contratos ou convênio, sejam ela com ou sem fins lucrativos.
TEAcolhe promove cidadania e sensibiliza a sociedade
Além do objetivo de promover um atendimento acolhedor e humanizado às pessoas diagnosticadas com Transtornos do Espectro Autista (TEA), e suas famílias, o TEAcolhe promove a cidadania e sensibiliza a sociedade para a importância da inclusão e conhecimento sobre o autismo. Para isso, o programa visa qualificar os profissionais das diversas instituições e serviços que o integram quanto ao atendimento a pessoas autistas.
A diretora do Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde da Secretaria da Saúde, Ana Costa, aponta que a iniciativa busca “garantir e promover o atendimento às necessidades específicas das pessoas com autismo, possibilitando o seu desenvolvimento pessoal e a sua inclusão social. O entendimento sobre o autismo ainda é recente, e precisamos seguir com o ensino e a pesquisa sobre a doença”, ressaltou a diretora no lançamento no programa à Ascom/SES.
Se interessa pelo assunto? Então confira em blog os benefícios do esporte para pessoas com autismo.
Thais Barion
Jornalista e mestranda em Comunicação pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), com experiência em redação, assessoria de imprensa e mídias digitais. Apaixonada por livros e pela escrita acredita que o respeito, humildade e igualdade são aspectos essenciais para um mundo melhor.
Uma resposta
Temos muitas leis que não saem do papel e muitos projetos idealizados que não se concretizam isso e uma realidade , se vamos ter um atendimento integrado na área de assistência social , saúde e educação já podemos ressaltar como familiares que deve haver investimento do poder público, muitas vezes em várias cidades não tem neurologistas e nem.psiquiatras para diagnóstico e detecção do autismo , nas escolas não tem professores auxiliares e nem um currículo adaptado Para aqueles que necessitam , e quando tem um professor auxiliar e apenas um corpo presente é um professor que assumiu a função Para complemento de horas ,que nunca viu um autista na sua frente e não sabe como lidar e nem desenvolver atividades com eles , sinceramente gostaria de ver tudo que está no papel funcionar perfeitamente mas não vejo como quando passamos pelas escolas e vimos autistas perambulando no pátio com os monitores por que não tem.ninguem capacitado Para desenvolver uma atividade com eles