Recursos de tecnologias assistivas garantem autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social a todos
Para ampliar as habilidades de comunicação, audição, visão, locomoção e integração social de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, foram desenvolvidas as tecnologias assistivas. Elas surgiram para tornar possível o que antes parecia impossível de ser feito, proporcionando mais independência, qualidade de vida e inclusão a todos.
Neste artigo, você vai entender melhor o conceito de tecnologia assistiva e conhecer algumas ferramentas que estão fazendo a diferença no dia a dia de milhões de crianças, jovens e adultos. Continue a leitura!
O que é tecnologia assistiva?
O termo assistive technology, ou tecnologia assistiva, na tradução para o português, foi criado em 1988 e é um importante elemento jurídico da legislação norte-americana, conhecida como Public Law 100-407, que compõe, com outras leis, o American with Disabilities Act (ADA).
De acordo com o conceito do Comitê de Ajudas Técnicas (CAT), a tecnologia assistiva “é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida”.
Para facilitar a organização dessa área de conhecimento e a promoção de políticas públicas, ela foi classificada em 11 categorias diferentes:
- auxílios para a vida diária e prática;
- comunicação alternativa ou aumentada (CAA);
- recursos de acessibilidade ao computador;
- sistemas de controle do ambiente;
- projetos arquitetônicos para acessibilidade;
- órteses e próteses;
- adequação postural;
- auxílios de mobilidade;
- auxílios para cegos ou para pessoas com visão subnormal;
- auxílios para pessoas com surdez ou déficit auditivo;
- adaptações em veículos.
A tecnologia assistiva foi instituída como política pública no Brasil somente em 16 de novembro de 2006, pela portaria nº 142 do Comitê de Ajudas Técnicas (CAT), estabelecido pelo Decreto nº 5296, no âmbito da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República.
Recursos tecnológicos que fazem a diferença
Com a evolução cada vez mais acelerada da tecnologia, hoje, as pessoas com deficiência e mobilidade reduzida têm acesso a diversas ferramentas que potencializam sua capacidade e garantem mais independência e inclusão na sociedade e no ambiente de trabalho. Nós separamos quatro exemplos de recursos que facilitam o dia a dia de milhões de crianças, jovens e adultos. Confira:
Hand Talk
Premiado mundialmente, o aplicativo Hand Talk usa inteligência artificial para traduzir automaticamente textos e áudios em português para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e para a Língua Americana de Sinais (ASL). A ferramenta utiliza dois avatares digitais, Hugo e Maya, que fazem as traduções e promovem a inclusão de pessoas surdas ou com dificuldade auditiva.
Veever
O Veever é um aplicativo gratuito que utiliza tecnologia de microlocalização e inteligência artificial, para facilitar a locomoção e a interação de pessoas com deficiência visual em ambientes internos e externos. A ferramenta apresenta descrição por áudio, funcionamento offline, interface acessível e micromapeamento, que avisa ao usuário quais pontos de interesse estão mapeados em determinado local, quando ele aponta o smartphone para a direção desejada.
DuoLibras
O DuolLibras é um curso 100% on-line que funciona como uma espécie de seriado. No total, são 120 episódios que apresentam situações reais do cotidiano e contam com a presença de personagens que ensinam, na prática, como a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é utilizada pelos surdos em diferentes momentos do dia a dia. As interpretações são feitas pelo professor Manolo, que desenvolveu a metodologia e também é tradutor/ator de Libras.
Guiaderodas
O Guiaderodas, disponível para Android, iOS e na versão web, é uma plataforma que permite ao usuário avaliar e consultar a acessibilidade de diversos locais pelo mundo. O processo de avaliação dura cerca de 30 segundos, e o avaliador indica se o local oferece uma experiência acessível, parcialmente acessível ou inacessível para pessoas com restrição de mobilidade.
Para obter mais informações sobre acessibilidade, baixe o aplicativo do Guiaderodas!
Carina Melazzi
Jornalista e produtora de conteúdo. Gosta de contar histórias e é apaixonada por viagens, montanhas e mar.