Confira sugestões e dicas para fazer da contação de histórias um momento de prazer e aprendizado
Você sabe por que os elefantes têm a tromba comprida? Diz uma história que uma das características mais marcantes dos grandalhões da savana surgiu a partir da curiosidade de um exemplar da espécie, o Cadu. Ele decidiu, pessoalmente, perguntar para um crocodilo o que ele comia. Bom, já dá pra imaginar a sequência… O elefante, que nem tromba tinha, viu surgir essa novidade em seu rosto! E teve que aprender a conviver com ela. Quem conta essa história é Clara Haddad, que, ao Ideia Boa, falou mais sobre livros infantis que levantam a importante bandeira da inclusão aos pequenos. Confira.
Conheça livros infantis sobre inclusão
O que é que o crocodilo come ao meio-dia?
A primeira sugestão da nossa lista é o novo lançamento de Clara Haddad no Brasil, que traz ilustrações de Sónia Borges e foi publicado pela Editora Telos. Baseado em um conto africano, o livro narra a história do curioso elefante Cadu. Durante a narrativa, ele se depara com uma nova característica em seu corpo, e o estranhamento é enorme! Mas, com a ajuda dos amigos, ele vai descobrindo que a novidade pode ser muito melhor do que ele imagina.
O livro negro das cores
Publicado no Brasil pela Editora Pallas, essa obra das artistas venezuelanas Menena Cottin e Rosana Faría é uma experiência de leitura. Imagina aprender sobre as cores sem vê-las? Pois é assim, reunindo os outros sentidos, que Tomás, a protagonista, nos fala sobre elas. “O texto branco em páginas negras, com a tradução em braille e na página oposta, também negra, assim como as imagens sugeridas pelo texto impressas em verniz, convidam o leitor a tocá-las e a perceber um novo e fascinante universo”, descreve Clara Haddad.
Todos juntos!
Também da Telos, essa obra de Daniela Kulot é um incentivo ao respeito. “É um livro para os bem pequeninos que através do texto enxuto e das ilustrações fala sobre amizade, tolerância e solidariedade”, conta Clara. A história mostra que o desenvolvimento da empatia e do companheirismo são as bases para superar as dificuldades e os medos.
Flicts
Um dos maiores clássicos de Ziraldo, o livro já ganhou até uma versão comemorativa de 50 anos pela Melhoramentos (ele foi publicado pela primeira vez em 1969!). Mas, apesar do tempo, permanece atual à sua mensagem: a importância do amor próprio, do respeito, da inclusão e da empatia. “O livro conta a história de uma cor ‘diferente’, que não consegue se encaixar no arco-íris, nas bandeiras e em lugar nenhum. Ao longo da história, Flicts vai se conformando que ‘não tinha a força do vermelho, a imensidão do amarelo, nem a paz do azul’, mas entende que todas as pessoas, por mais diferentes, possuem seu lugar”, coloca Clara Haddad.
Rodas, pra que te quero!
Tchela adorava correr e andar de bicicleta até que, de repente, perde o movimento de suas pernas. Paraplégica, ela só vai poder voltar a andar por aí em uma cadeira de rodas. Todo o seu aprendizado e descobertas envolvem o leitor nessa história, baseada em fatos reais (uma das autoras, Marcela Cálamo, é cadeirante desde os seis anos de idade). Pode se preparar para muitas aventuras! Publicada pela Ática, a obra, que fecha nossa lista de livros infantis sobre inclusão, também conta com autoria de Angela Carneiro e ilustrações de Laurent Cordon.
Fazendo uma boa contação de histórias
Além de escritora, Clara Haddad também é narradora de histórias. E para que o momento da leitura fique ainda mais especial, ela dá algumas dicas:
- Seja o primeiro leitor: Leia e compreenda o enredo antes de apresentar para a criança. Ler e ouvir a nossa própria voz pode contribuir para uma experiência mais interessante com os pequeninos, pois poderá buscar fazer diferentes entonações de voz de acordo com cada situação ou personagem.
- Dê espaço: Quando for ler, deixe que a criança tenha tempo de observar as imagens.
- Procure o que faz sentido: Busque selecionar histórias que despertem a vontade de contar, que te agradem, encantem, porque para encantar o primeiro que deve ser envolvido na narrativa é você!
- Aproveite o momento: Se o adulto se encanta e diverte, a criança também vai se encantar e divertir! Esqueça as secretas intenções de fazer a leitura para isso ou aquilo… É certo que as histórias ensinam, educam, estimulam a criatividade e a imaginação, mas isso a história faz por si só, não é necessário estar pensando nisso o tempo inteiro, viva a magia que a história contém. Viva o momento.
Quer mais dicas de livros infantis sobre inclusão? Já falamos sobre mais uma obra muito bacana neste post. E conta pra gente, tem algum livro que você adora sobre o tema e ficou de fora? Comente aqui embaixo, vamos compartilhar o melhor da leitura!
Luciana Faria
Escolheu o jornalismo para fazer da paixão por contar histórias sua profissão. Há mais de uma década no mercado editorial e poeta desde a infância, acredita que a palavra também pode transformar as pessoas e mudar o mundo!
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