Acessibilidade em eventos é fundamental para a qualidade de vida os momentos de entretenimento, a possibilidade de distrair, vivenciar novas experiências, alimentar nossos corações e mentes.
A pandemia da COVID 19 mudou nossa forma de consumir arte e essas novas formas precisam ser acessíveis.
Programações virtuais
Conversei com Gilberto Labor, gerente de Infraestrutura e Produção do Itaú Cultural, ele nos falou sobre a adaptação dos eventos culturais e a acessibilidade da programação:
“As atividades nas salas de espetáculos que contavam com a presença de público, passaram a ocorrer no formato online”, conta ele. “Shows, peças de teatro, palestras, oficinas e visitas virtuais são transmitidos através de plataformas digitais como Youtube, Zoom, o site institucional e as redes sociais. Procurando acompanhar a grande maioria desses conteúdos com interpretação em Libras e legendas”.
São lives com debates, shows e espetáculos teatrais para adultos e crianças com interpretação em Libras, assim como grande parte dos produtos audiovisuais de programação infantil e das exposições em cartaz, que além de Libras, vêm sendo legendadas.
Acervo
O acervo sobre artes visuais, literatura, teatro, cinema, dança e música tem 250 vídeos interpretados em Libras e pode ser acessado na playlist Acessibilidade, disponível no Youtube do Itaú Cultural. Alguns desses vídeos também possuem audiodescrição.
O Itaú Cultural dispõe de um avatar interativo que traduz todos os textos do site para a Língua Brasileira de Sinais. Ao clicar sobre o ícone da acessibilidade em Libras, na parte inferior do site, o público tem acesso de forma dinâmica e abrangente a biografias, análises de obras, informações sobre termos e conceitos empregados no universo da arte, histórico de grupos e movimentos artísticos, todos disponíveis na Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras, que inclui a língua de sinais nos conteúdos multimídia.
Festivais inclusivos
Ainda em 2020 o Itaú Cultural lançou Arte como Respiro: Múltiplos Editais de Emergência com a proposta de acolher os artistas obrigados a atuar isoladamente e sem remuneração, neste período de suspensão social, em decorrência da pandemia do COVID-19. Foram contemplados artistas das áreas de artes cênicas, música, audiovisual, literatura, artes visuais e projetos de acessibilidade, voltados exclusivamente para poetas surdos ou com deficiência auditiva. Foram 100 trabalhos selecionados, com R$ 2,5 mil de remuneração pelo licenciamento dos direitos autorais das obras, que foram exibidas no Festival Arte como Respiro, no site da instituição.
Também em 2020 foi realizado, on-line, o Festival de Cultura Surda, com mesas de conversa com temas que foram do humor à poesia, artes visuais, produção cultural e expressão no meio digital. Segundo Ana de Fátima Sousa, gerente de Comunicação do Itaú Cultural, a organização tem trabalhado nos últimos anos com um foco maior na comunidade surda. Por isso, a maior parte dos vídeos sobre as exposições que está no site e no Youtube da organização possui Libras e legendas. “Também estamos começando a dar os primeiros passos nos recursos de acessibilidade para pessoas cegas e com baixa visão, em ações presenciais e virtuais”.
Espaço físico
Seguindo o Plano SP de Fases do Governo Estadual de SP, as atividades presenciais suspensas, mas Gilberto Labor destaca, ainda, que os espaços físicos das exposições também foram adaptados, respeitando os pontos de acessibilidade e todos os protocolos de saúde: visitas agendadas, medição de temperatura para acessar os espaços, uso de máscaras, álcool em gel, distribuição gratuita de fones de ouvido para cada visitante, higienização constante dos espaços, superfícies, peças acessíveis e mapas táteis.
Para saber mais sobre a programação do Itaú Cultural, acesse: https://www.itaucultural.org.br/
Wagner Moreira
Formado em Audiovisual, jornalista, profissional de mídia e apaixonado por escutar e escrever.
