Ações de Inclusão de alunos com Síndrome de Down nas escolas

Ações de Inclusão de alunos com Síndrome de Down nas escolas

O convívio em um mesmo ambiente escolar entre alunos com Síndrome de Down e colegas promove o maior desenvolvimento humano e social de todos

Muitas escolas e professores ainda não estão preparados para a inclusão de alunos com Síndrome de Down, mas a educação é para todos. E por mais que seja um desafio a discussão sobre este assunto é essencial para a promoção de uma cultura inclusiva no processo de aprendizagem.

No ambiente escolar é normal que cada criança tenha um perfil diferente, apresentando mais facilidade em certas áreas e mais dificuldades em outras. E a mesma coisa acontece com crianças com Síndrome de Down, que apenas necessitam de uma atenção mais específica.

Professores e o ensino à crianças com Síndrome de Down

O primeiro passo para profissionais e professores no ensino de crianças com Síndrome de Down é conhecer as características da síndrome, a própria criança e suas principais áreas de dificuldades.

Assim, torna-se mais fácil adequar a forma de abordagem, de ensino e o próprio planejamento pedagógico, pois não existe uma forma correta ou única de ensinar. Para isso existe o Plano de Aprendizagem Individual (PAI), uma forma de trabalhar as áreas que demandam mais atenção em cada criança. 

Neste processo o aspecto cognitivo também deve ser levado em conta. Muitas crianças com Síndrome de Down apresentam Deficiência Intelectual (DI), que resulta em maior dificuldade de raciocinar e compreender as coisas, bem como são afetadas as habilidades práticas e sociais. Tal quadro pode resultar em maior hiperatividade, inquietação e distração, aspectos essenciais para que consigam aprender os conteúdos.

Por isso existem técnicas que contribuem para captar a atenção das crianças e ajudá-las no processo de aprendizagem, como:

  • Criar rotinas
  • Usar sinais e gestos
  • Realizar atividades práticas
  • Variar e adaptar atividades e materiais
  • Usar recursos visuais (fotos, objetos de referência, imagens, etc)
  • Usar mais de um formato de atividade para ensinar a mesma coisa

A evolução e aprendizado não devem ser medidos na comparação aos demais, mas em relação a ele próprio. O objetivo é que haja um avanço em relação aos seus próprios limites.

Dificuldades de fala e linguagem

Crianças com Síndrome de Down costumam ter dificuldades de fala e  linguagem. Por isso é comum as pessoas pensarem que elas não entendem o que ouvem. Assim, muitos adultos e professores deixam por exemplo de fazer perguntas ou não explicam à criança o que está acontecendo em certas situações. Por isso é importante fazer com que elas participem de conversas, deixando que falem por si mesmas.

Inclusão de crianças com Síndrome de Down nas escolhas

Para a inclusão de crianças com Síndrome de Down nas escolhas a adequação da comunicação e linguagem são importantes, por isso os professores e colegas devem ouvi-los, olhar diretamente nos olhos, proferir frases curtas e claras, evitar palavras com possíveis interpretações diferentes, usar gestos e expressões visuais para reforçar o entendimento e motivar que falem e se expressem.

Assim a criança se sentirá mais à vontade para participar da aula e interagir com os colegas, aprendendo a responder, compartilhar, esperar e todos os demais comportamento de um ambiente de convívio social.

Os objetivos da inclusão dos alunos com Síndrome de Down na escola também incluem benefícios a ele próprio e a seu desenvolvimento, como aprender a trabalhar em conjunto e individualmente, ter empatia, desenvolver habilidades e também aprender a seguir regras a partir das normas escolares.

Socialização e aprendizagem em conjunto

A inclusão de crianças com Síndrome de Down também deve ser realizada por meio da socialização, com o incentivo à participação em situações de aprendizagem em conjunto. O trabalho em equipe gera aprendizagem para todos, por isso o essencial é que haja o revezamento de alunos nos grupos. 

Além disso, os colegas e professores devem ajudar, mas o apoio deve ser oferecido na medida certa. Isso porque este processo envolve a autonomia, de modo que as crianças com Síndrome de Down sintam-se pertencentes. Assim, também devem ser atribuídas a elas tarefas como apagar a lousa ou distribuir materiais, desenvolvendo seu senso de responsabilidade e independência. 

Respeito e tolerância são as chaves para que o aluno com Síndrome de Down sinta-se pertencente ao ambiente escolar, aprendendo não só conteúdos programáticos, mas a conviver socialmente e fazer amigos.


 Thais Barion

Thais Barion
Jornalista e mestranda em Comunicação pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), com experiência em redação, assessoria de imprensa e mídias digitais. Apaixonada por livros e pela escrita acredita que o respeito, humildade e igualdade são aspectos essenciais para um mundo melhor.

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