Brasil com acessibilidade: aplicativo apresenta bioma brasileiro para pessoas com deficiência

fauna e flora

As estudantes Daniela e Mariana desenvolveram a Iara, ferramenta que apresenta a flora e fauna brasileira para crianças com deficiência, possibilitando um Brasil com mais acessibilidade

Um Brasil com acessibilidade se tornou pauta para que duas estudantes lançassem um aplicativo que apresenta a flora e a fauna do país às pessoas com deficiência. As alunas de biologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) criaram a Iara, indiazinha que apresenta às crianças o bioma brasileiro por meio da descrição de imagens e apresentação do texto em libras.

Os usuários do aplicativo poderão conferir o material, que contempla histórias narradas e acompanhadas por ilustrações, textos, fotos, sons, desenhos e quizzes. Com todo esse aparato, é possível, por exemplo, que pessoas com deficiência visual fiquem sabendo que o boto-cor-de-rosa mede, aproximadamente, 2 metros e conta com uma nadadeira no centro das costas em formato de triângulo. Dados como esses não são, geralmente, encontrados facilmente e, além de compartilhá-los, a ferramenta transmite conhecimento de maneira mais dinâmica.

“Nós duas somos muito encantadas com a vida, a biologia. Trazer esse encantamento para as crianças foi nosso objetivo”, diz Daniela Maiumi Kita. A estudante idealizou a iniciativa a partir de uma proposta durante suas aulas junto com Mariana Pupo Casinelli.

Ainda de acordo com ela, a educação ambiental para crianças é algo que estimula uma percepção mais sensível para o tema. E a acessibilidade se tornou uma prioridade para a ação desde o início. Antes de chegarem à alternativa tecnológica, as estudantes cogitaram desenvolver um livro em braile. No entanto, questões relacionadas ao custo – que envolve impressão e distribuição – fez com que o digital se tornasse um aliado.

O desenvolvimento deste trabalho não contou com nenhum financiamento e todas as colaborações foram voluntárias, conforme declara Daniela. Por conta disso, ela destaca que foi um desafio encontrar pessoas à disposição para auxiliar na tecnologia.

“De cada cem pessoas que entrávamos em contato apresentando o projeto, três topavam participar”, relembra a aluna.

O projeto contou com o auxílio de amigos da faculdade e participantes de pesquisas em acessibilidade de outros estados e instituições de ensino. Até a Iara ficar disponível, foram dois anos desenvolvendo a ferramenta, que incluiu a construção de uma rede de 28 apoiadores. “Sem eles, não seria possível ir tão longe”, reconhece Mariana.

Além de gerenciar as atividades, as estudantes também ficaram responsáveis por escrever os roteiros das histórias, desenharam as ilustrações e aprofundaram seu conhecimento na Língua Brasileira de Sinais, para aparecer em alguns dos 500 vídeos com a tradução.

“Conforme as ideias surgiram, fomos vendo que precisávamos de mais ajuda, de programadores, especialistas”, conta Mariana.

O esforço é motivo de orgulho! Segundo elas, o resultado mostrou que este é um trabalho com um propósito especial e que estar tão próximo de especialistas no assunto as fez aprender mais do que poderiam imaginar. Em suma, mudou suas vidas!

Brasil com acessibilidade: incremento contínuo

As estudantes não pretendem parar por aí! Daniela e Mariana pretende encontrar novas parcerias com escolas para que o aplicativo seja adotado pelo corpo docente em sala de aula. Além disso, se dizem estar abertas à novas ideias para contínuo aperfeiçoamento e atualizações.

Os interessados poderão conferir as atividades da Iara pelo computador e por dispositivos móveis, como tablets e smartphones. Quer conhecer a ferramenta? Clique aqui e confira o vídeo abaixo!


Felipe Lima

Jornalista formado pela Universidade Anhembi Morumbi (UAM) e redator web desde 2017, especializado em SEO pela Comschool. Profissional que acredita no poder das palavras e na transmissão de histórias.

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