O transtorno apresenta múltiplas causas e afeta as funções cognitivas, de linguagem, as habilidades motoras e a capacidade social
Antigamente denominada de retardo mental, a deficiência intelectual, ou transtorno do desenvolvimento intelectual, não é uma doença, e sim uma limitação. Isso quer dizer que a pessoa apresenta determinadas restrições no seu funcionamento mental e no desempenho de tarefas, como as de comunicação, cuidado pessoal e de relacionamento social, o que provoca uma maior lentidão na aprendizagem e no desenvolvimento individual.
Neste artigo, você vai entender melhor o que é deficiência intelectual, quais as principais causas, como é feito o diagnóstico e de que maneira é possível superar as limitações características dessa condição. Continue a leitura!
O que é deficiência intelectual?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a deficiência intelectual é definida como uma capacidade significativamente reduzida de compreender informações novas ou complexas e de aprender e aplicar novas habilidades. Ela é caracterizada por alterações, durante o período de desenvolvimento, das funções cognitivas, de linguagem, habilidades motoras e capacidade social e tem um efeito duradouro sobre o desenvolvimento.
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, as causas da deficiência intelectual são heterogêneas e podem ser genéticas ou não genéticas:
- Causas pré-natais: incluem síndromes genéticas, erros inatos do metabolismo, malformações encefálicas, doença materna e influências ambientais (álcool, outras drogas, toxinas, teratógenos).
- Causas perinatais: abrangem uma gama de eventos no trabalho de parto e no nascimento que levam à encefalopatia neonatal.
- Causas pós-natais: incluem lesão isquêmica hipóxica, lesão cerebral traumática, infecções, doenças desmielinizantes, doenças convulsivas, privação social grave e crônica, síndromes metabólicas tóxicas e intoxicações (por exemplo, chumbo ou mercúrio).
As características essenciais da deficiência intelectual incluem déficits em capacidades mentais genéricas e prejuízo na função adaptativa diária na comparação com indivíduos que apresentam idade, gênero e aspectos socioculturais similares.
Como é feito o diagnóstico?
Segundo a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), os três principais critérios diagnósticos da deficiência intelectual são:
- funcionamento intelectual significativamente inferior à média;
- limitações significativas no funcionamento adaptativo em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades: comunicação, autocuidados, vida doméstica, habilidades sociais/interpessoais, uso de recursos comunitários, autossuficiência, habilidades acadêmicas, trabalho, lazer e segurança;
- o início deve ocorrer antes dos 18 anos.
De maneira geral, o diagnóstico de deficiência intelectual baseia-se tanto em avaliação clínica como em testes padronizados das funções adaptativa e intelectual. Os componentes da avaliação podem incluir história médica pré-natal e perinatal, genograma familiar incluindo três gerações, exames físicos, avaliação genética, bem como triagem metabólica e investigação por neuroimagem.
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, uma avaliação abrangente deve incluir: análise da capacidade intelectual e do funcionamento adaptativo; identificação de causas genéticas e não genéticas; avaliação da existência ou não de condições médicas associadas e avaliação de transtornos mentais, emocionais e comportamentais comórbidos.
Como não se trata de uma doença, não há cura para a deficiência mental. No entanto, profissionais de diferentes áreas, como psicologia, fonoaudiologia, pedagogia, psicopedagogia, terapia ocupacional, entre outras, podem estimular, por meio de diversos recursos, o desenvolvimento e a aprendizagem de pessoas com deficiência intelectual.
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Carina Melazzi
Jornalista e produtora de conteúdo. Gosta de contar histórias e é apaixonada por viagens, montanhas e mar.