Pessoas com deficiência e mobilidade reduzida podem conduzir o equipamento por meio de um controle remoto
Aproveitar o banho de mar e passear pela areia da praia podem parecer atividades simples, mas para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, há muitos obstáculos a serem superados. Pensando nisso, um estudante do Instituto Federal do Rio Grande do Norte desenvolveu o projeto “Crab”, que leva o nome, em inglês, de um animal que apresenta grande habilidade em se locomover na areia: o caranguejo.
A iniciativa do aluno Iago Souza contou com o apoio da colega Maraysa Araújo e dos professores Artur Salgado e João Teixeira. Ela surgiu depois que o estudante ouviu relatos a respeito das dificuldades de deslocamento de um cadeirante nas praias da cidade de Natal, no Rio Grande do Norte.
Como funciona o veículo adaptado?
Pessoas com deficiência e mobilidade reduzida podem subir com sua cadeira de rodas na plataforma do “Crab”, por meio de uma rampa, e conduzir o veículo adaptado pela areia da praia utilizando apenas um controle remoto. Para evitar que as rodas do equipamento afundem, ele conta com seis rodas largas que apresentam sistema de tração.
O “Crab” tem capacidade para transportar uma cadeira de rodas com até oitenta quilos e sua bateria é alimentada por energia solar, podendo alcançar a duração máxima de sete horas. Duas vezes por ano, o primeiro protótipo em escala real do veículo adaptado é disponibilizado na orla de Natal, permitindo que cadeirantes consigam se locomover até a faixa de areia perto do mar.
Do Rio Grande do Norte para todo o Brasil
O objetivo dos idealizadores do “Crab” é levar o projeto a diversas praias do país, por meio de parcerias ou da transferência de tecnologia, para que outras unidades do veículo possam ser produzidas. Dessa forma, mais pessoas com deficiência e mobilidade reduzida vão poder exercer seus direitos fundamentais de acessibilidade e mobilidade.
O veículo adaptado foi apresentado e premiado em diversos eventos no Brasil, como na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, em São Paulo, e na Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia, no Rio Grande do Sul. No exterior, o projeto também teve grande destaque e ficou em primeiro lugar no Infomatrix, concurso de projetos estudantis de ciência, tecnologia e empreendimento realizado no México.
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Carina Melazzi
Jornalista e produtora de conteúdo. Gosta de contar histórias e é apaixonada por viagens, montanhas e mar.