O trabalho de cachorros treinados facilita o dia a dia de pessoas cegas
Paciência, determinação, obediência, temperamento dócil e inteligência. Essas são algumas características comportamentais do cão-guia, que, além de ser um ótimo companheiro, é responsável pela orientação de pessoas cegas.
O trabalho desse animal é fundamental para proporcionar mais independência e mobilidade às pessoas com deficiência visual e reduzir as chances de acidentes durante a locomoção em ambientes internos e externos.
Para te ajudar a entender as principais características da função de cão-guia e a não ter mais dúvidas sobre o assunto, separamos a seguir algumas informações e curiosidades interessantes. Continue a leitura!
Nem todo cachorro pode se tornar cão-guia
Normalmente, cachorros de médio ou grande porte são escolhidos para a função de cão-guia, porque eles precisam ter força suficiente para guiar seus donos. Nesse caso, as principais raças usadas na condução de pessoas cegas são o labrador, golden retriever, pastor alemão e boxer, que apresentam características e tamanho adequados para esse tipo de trabalho.
Além de os animais terem boa saúde, bom temperamento e espírito de liderança, é preciso que haja compatibilidade entre os cães e seus condutores. Afinal, eles vão passar o tempo todo juntos, em diferentes situações do dia a dia. Trata-se de uma relação complexa, que demanda muito companheirismo e confiança mútua.
Descubra se o seu pet pode atuar como terapeuta.
O cão-guia pode entrar em qualquer lugar
De acordo com a Lei nº 11.126, a pessoa com deficiência visual acompanhada de cão-guia tem o direito de ingressar e permanecer com o animal em todos os meios de transporte e estabelecimentos abertos ao público, sejam eles de uso privado ou coletivo.
Nos casos em que houver impedimento ou dificuldade de ingresso e permanência do condutor com o seu cão-guia nos locais permitidos, a multa pode começar em R$ 1.000 e chegar a até R$ 50 mil, em situações de reincidência.
Apesar da existência de uma lei que garante o livre acesso a esses animais, atualmente, o número de cachorros treinados no Brasil ainda não é significativo: mais de 500 pessoas estão na fila para receber um cão-guia, e menos de 200 animais atuam nessa função no país.
Entenda como é feito o treinamento do cão-guia.
O cão-guia pode se aposentar
O tempo de atuação do cão-guia é de cerca de oito anos. Após tantos anos de trabalho, chega a hora de o animal ter seu merecido descanso. Depois da aposentadoria, o cachorro pode ficar com seu dono ou ser adotado por uma família com a qual ele já tenha afinidade.
Não é recomendado distrair o cão-guia
Antes de iniciar qualquer interação com o cão-guia, é preciso pedir autorização ao condutor. Essa é uma questão de segurança, pois desviar a atenção do animal de sua função principal pode acabar causando um acidente com a pessoa cega.
Lembre-se de que o cachorro está trabalhando, portanto, não deve ser tratado como um pet, com brincadeiras e carinho na cabeça.
Além disso, se alguma pessoa com deficiência visual pedir a sua ajuda, o ideal é que a aproximação seja feita pelo lado direito dela, deixando o esquerdo livre para a permanência do animal.
Por fim, outro ponto de atenção é evitar alimentar o cão-guia. Afinal, ele tem horários específicos para receber comida, que deve ser fornecida somente pelo seu condutor.
O cão pode auxiliar pessoas com outras deficiências
A Lei nº 11.126, que garante aos cegos o direito de ingressar e permanecer em ambientes com a companhia de um cão-guia, também é válida para pessoas com outros tipos de deficiência. Dentro desse contexto, existem o cão-ouvinte, o cão-terapeuta, o cão de alerta e o cão de serviço de mobilidade.
Saiba mais sobre os diferentes cães de serviço.
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Carina Melazzi
Jornalista e produtora de conteúdo. Gosta de contar histórias e é apaixonada por viagens, montanhas e mar.