VIVO e SODEXO apostam em diversidade e inclusão de seus colaboradores para o fortalecimento da organização
Cada vez mais o mercado de trabalho procura por pessoas que sejam engajadas e resilientes. Flexibilidade e integração são pontos fundamentais, tanto para os trabalhadores quanto para as organizações, que buscam por perfis plurais para construir um ambiente mais diverso.
Neste momento, em que milhões de brasileiros se encontram desempregados, devido ao agravamento da crise ocasionada pela pandemia do novo coronavírus, uma parcela dessa população é ainda mais afetada, pessoas com deficiência.
Segundo levantamento da Secretaria Estadual da Pessoa com Deficiência, há mais de 3 milhões de pessoas com deficiência no estado de São Paulo, sendo apenas 1,17% desta população ativa no mercado de trabalho.
Pensando nisso, o Guiaderodas preparou uma reportagem exclusiva com duas grandes empresas que se movimentam em prol de ações e projetos que fortalecem a empregabilidade, a inclusão e a diversidade em suas equipes.
POR DENTRO DA VIVO
Lançado em 2018, o programa Vivo Diversidade prega menos preconceito e foca em quatro pilares: Gênero, LGBTQIA+, Raça e Pessoas com Deficiência. “Cada pilar tem um grupo de afinidade, onde os colaboradores que se identificam com o tema podem debater e sugerir novas ações”, aponta Niva Ribeiro, VP de Pessoas da Vivo.
Renato Bonfin, 40 anos, está há 16 na Vivo. Ele é consultor de marketing e tem distrofia muscular. Segundo ele, a única adaptação necessária para trabalhar foi uma mesa mais alta. “Quando eu entrei, ainda não havia um programa de inclusão, mas tinha um direcionamento inicial de contratação de pessoas com deficiência feito por uma colaboradora de RH com deficiência na época”, conta.
Como parte de seu compromisso com a inclusão, a Vivo adaptou todo o curso de capacitação Yellow Belt, do Programa Lean6Sigma, tornando-o acessível para todos os colaboradores. Niva nos conta que a temática sobre diversidade é abordada com frequência e profundidade, em diferentes fóruns, a fim de reforçar o compromisso.
A empresa criou a Jornada Anual Vivo Diversidade, onde 12 temas são discutidos ao longo do ano. “Trazemos referências de colaboradores e convidados para compartilhar suas experiências. Cada tema é acompanhado pelo lançamento de uma nova política ou benefício”.
Renato que já passou por situações de preconceito, por conta do uso da cadeira de rodas, reforça a importância da cultura da diversidade: “É fundamental ter uma equipe com perfis diferentes, pois ficará mais rica em talentos, consequentemente, terá melhores resultados. É necessário ter em uma empresa o retrato da sociedade”.
SODEXO: DNA INCLUSIVO
A Sodexo nasceu em 1966 e desde então vem construindo um ambiente tanto acessível arquitetonicamente, quanto em programas que garantam a efetividade de suas ações inclusivas.
“Nosso objetivo é criar uma cultura inclusiva dentro e fora da empresa, para que no futuro não sejam necessárias políticas afirmativas para garantir a inclusão e a diversidade no mercado de trabalho”.
Afirma Lilian Rauld, 50 anos, chilena e head de Diversidade e Inclusão da Sodexo On-site Brasil
São cinco pilares estruturados – Gênero, Gerações, Orientação Sexual e Identidade de Gênero, Pessoas com Deficiência e Cultura e Origens – onde o trabalho engloba diferenças e celebra talentos únicos por meio de uma Diretoria Mundial de Diversidade e Inclusão, a qual replica todas as suas ações nos países em que está presente.
PROJETOS QUE FORTALECEM
O Programa Crescer Juntos oferece oportunidades de crescimento para todos os colaboradores por meio de recrutamento interno, além de possibilitar a busca por novos desafios e oportunidades de desenvolvimento de carreira dentro da companhia.
Lilian conta que no Brasil são mais de 42 mil colaboradores, entre os quais 60 são pessoas trans, mais de 2 mil pessoas com deficiência, cerca de 9.600 acima de 50 anos, 300 refugiados entre outras diversidades.
Entre as iniciativas, estão as vagas para pessoas com todos os tipos de deficiência, parcerias com instituições ligadas ao tema, como a APAE e NURAP, realização de cursos para jovens com deficiência intelectual, na área da alimentação.
Além disso, a participação em redes de discussão sobre inclusão, tais como Rede Empresarial de Inclusão Social (REIS), da qual são membros, Grupo Temático sobre Direitos Humanos da Rede Brasileira do Pacto Global da ONU e o Instituto ETHOS, no qual participamos anualmente do guia, tendo recebido reconhecimento com o 1º lugar pelo quesito PcD em 2020.
NOVOS TALENTOS
Milena de Souza Pinto Silva tem 28 anos é formada em psicologia e trabalha há quase três na Sodexo, seu primeiro emprego formal.
“Na faculdade me identifiquei com a área de Recursos Humanos e decidi que queria trabalhar com isso. Sempre gostei de fazer coisas que ajudassem as pessoas e sinto que nessa área consigo”, conta.
Com deficiência auditiva de grau moderado – adquirida devido a sequela da icterícia logo após o nascimento, que também ocasionou a perda da motricidade fina, como por exemplo, demora ao escrever e digitar – ela conta que nunca teve grandes dificuldades até entrar na faculdade, onde percebeu a necessidade de usar aparelhos auditivos para auxiliar na comunicação. No trabalho as únicas adaptações necessárias foram pequenos ajustes como aumentar o volume do telefone e pedir para que os colegas falassem de frente a ela.
Ter em seu DNA a consciência de proporcionar um ambiente diverso e seguro para todos traz diferenciais para trabalhadores e clientes. Milena conta que sempre que é necessário, há a adaptação de EPI’s, disponibilização de intérpretes de Libras, iluminação adaptada, para que todos os funcionários possam realizar suas atividades com qualidade e segurança. Eu, enquanto pessoa com deficiência, sempre me senti segura e acolhida e nunca tive qualquer problema por conta da acessibilidade”.
Incluir verdadeiramente pessoas com vivências e características distintas fortalece as organizações e traz ganhos de produtividade.
“O fato de reunir pessoas com diferentes pontos de vista, proporciona um olhar amplo sobre problemas, com soluções múltiplas e experiências que se complementam”.
reforça Lilian
Para empresas e gestores que queiram repensar suas práticas inclusivas, Lilian traz uma mensagem direta e muito eficaz:
“Comecem! Ainda que seja com uma pessoa. Não tenha medo, porque é uma jornada na qual aprendemos uns com outros e claro, também com os erros. Diversidade e inclusão não podem ser apenas um discurso quando se quer realmente obter o melhor de cada um e criar um impacto positivo para sociedade”, conclui.
QUE TAL CONHECER MAIS SOBRE AS EMPRESAS?
Veja Cases da Certificação Guiaderodas
Brenda Cruz
Jornalista, especialista em comunicação institucional, mídia e reportagem. Apaixonada por jornalismo literário, viagens e gatos. Acredita que uma boa história pode inspirar e transformar pessoas.