Natação para pessoas com deficiência: classificação, adaptações e benefícios

Natação para pessoas com deficiência

A modalidade é uma das mais completas para pessoas com deficiência física e intelectual, trazendo diversos benefícios

A natação é um dos esportes mais populares do mundo, seja no alto rendimento ou apenas para o lazer.

Mas antes de falar dos benefícios da natação para pessoas com deficiência, vamos explicar como funcionam as diferentes classificações e divisões das provas. Segundo o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), existem três classes distintas: S (nado livre, costas e borboleta), SM (nado medley) e SB (nado peito). 

Depois disso, as provas são divididas de acordo com o comprometimento físico ou visual dos atletas ou praticantes. Assim, quanto maior o grau de comprometimento, menor o número da classe.

As classes de 1 a 10 correspondem às pessoas com limitações físico-motoras. De 11 a 13, são atletas com deficiências visuais. E por fim, a classe 14 é de pessoas com deficiências intelectuais. 

Já as regras da natação paralímpica são bastante parecidas com a olímpica. Durante as provas, os árbitros fiscalizam se os estilos estão sendo respeitados e se o número de voltas e a virada são executadas corretamente. Qualquer irregularidade pode desclassificar o atleta.

Uma das diferenças é que, dependendo da deficiência, os atletas podem solicitar o auxílio de alguém da equipe para dar apoio na borda da piscina ao entrar e sair da água. Além disso, as classes S1, S2 e S3 podem manter o(s) pé(s) encostado(s) à parede até o início da prova. 

Benefícios 

Assim como a maioria dos esportes, a natação traz inúmeros benefícios para pessoas com deficiência. Para aqueles com deficiência física, a movimentação embaixo da água é facilitada, proporcionando relaxamento dos músculos, além da sensação de liberdade e independência. 

A atividade física também promove ganhos no equilíbrio, postura e coordenação dos praticantes, através de uma maior consciência corporal. O esporte tem ainda um importante papel na melhora da resistência cardíaca e respiratória, já que beneficia a circulação do sangue e fortalece a musculatura intercostal e abdominal. 

Além disso, a natação é bastante indicada para pessoas com deficiência intelectual, especialmente o autismo. O contato com a água é bastante importante e estimulante para muitas das pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista). Além dos benefícios citados acima, a prática esportiva também ajuda na socialização, trabalhando aspectos como a afetividade, a autoconfiança e a criatividade. 

A natação paralímpica também auxilia na organização do espaço tempo, uma das maiores dificuldades de uma pessoa com autismo. Assim, é recomendado o uso de música, brinquedos e outros estímulos para chamar a atenção do praticante e realizar um exercício mais adequado e efetivo. 

Desta forma, fica claro o porquê da natação ser um esporte tão popular. Não existe idade para começar a praticar a modalidade, mas há de se ressaltar a necessidade de profissionais capacitados para atender pessoas com deficiência. 

As atividades podem ser feitas “apenas” como lazer em diversos clubes e associações ao redor do Brasil, que você encontra mais informações aqui no Guiaderodas e no site do CPB. Assim como você pode investir no alto rendimento, se inspirando em grandes atletas como Daniel Dias, o maior medalhista do mundial na natação paralímpica. 

Pessoa com deficiência entrando em uma piscina ao lado se uma cadeira de rodas.
Marcos Santos/USP Imagens

Fernanda Zalcman
Jornalista, curiosa por natureza e apaixonada por fazer a diferença. Encontrou no esporte um propósito: inspirar e dar voz à histórias e pessoas que por vezes estão escondidas. Porque todos importam e merecem espaço!

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