Acessibilidade arquitetônica: o que é e como implementar?

Veja a lista de medidas que garantem o acesso e o uso de locais por todas as pessoas. Projetos inclusivos eliminam barreiras físicas e ambientais

A liberdade de ir e vir é um dos direitos mais conhecidos da Constituição, mas nem sempre os espaços físicos são adequados para que todas as pessoas desfrutem dessa garantia legal. Degraus, desníveis, portas apertadas. Esses são só alguns dos diversos exemplos de estruturas presentes em estabelecimentos, vias públicas e imóveis que atrapalham o acesso das pessoas com deficiência. E é para evitá-los e garantir que as construções sejam apropriadas para o uso de todos que a acessibilidade arquitetônica existe.

Certos projetos, como estabelecimentos comerciais, órgãos públicos e áreas comuns de prédios, têm como obrigação contar com a acessibilidade arquitetônica. Isso está previsto na Lei Brasileira de Inclusão (LBI), além de decretos federais e outras normas oficiais. Já para quem vai construir uma casa, não há obrigatoriedade em fazer uso da acessibilidade arquitetônica, mas os especialistas recomendam considerá-la mesmo que nenhum morador precise dessas medidas no momento.

“É importante pensar no futuro”, pontua a arquiteta Paula Dias, especialista em acessibilidade e desenho universal. “Acessibilidade não é só para pessoas com deficiência, mas também para quem tem mobilidade reduzida, como idosos; pessoas que precisam usar muletas; gestantes, etc.” A profissional também dá a dica: “Fica mais barato se você pensar em acessibilidade no projeto inicial, no papel. Reforma fica sempre mais caro”.

O que fazer na acessibilidade arquitetônica

A lista de medidas favoráveis em um projeto que leve a acessibilidade arquitetônica em conta varia de acordo com o que se está construindo. Mas, de uma maneira geral, Paula explica como os arquitetos fazem esse trabalho: “Devemos iniciar o projeto pensando desde a calçada, desde o entorno com vizinhos, adentrar na edificação e ver tudo, desde o acesso principal e secundários até o último pavimento. A não ser áreas técnicas de serviço ou de acesso restrito, tudo deve ter acessibilidade. Numa residência podemos dizer que tudo deveria estar acessível, pois é onde a pessoa mora. Deve facilitar e dar qualidade de vida a essa pessoa”.

Quanto às opções, há uma série de elementos à disposição a favor da acessibilidade. Veja alguns a seguir:

Rampas: em locais que tenham declives ou aclives, as rampas são úteis para ligar um local ao outro. Diferentemente dos degraus, pessoas com cadeira de rodas ou com mobilidade reduzida conseguem fazer uso das rampas.

Elevadores: mais uma medida que garante o acesso de um nível a outro e que pode ser utilizado por todos. A largura da porta, a altura dos botões e a grafia das letras dos botões (em alto-relevo e/ou braille) também devem ser levadas em conta.

Plataformas: às vezes a relação entre a distância e a altura do desnível não permite que uma rampa seja construída ali. Nesses casos, outra opção de acessibilidade arquitetônica são as plataformas. Com a mesma função das rampas e elevadores – fazer o transporte vertical –, essas estruturas também são úteis em reformas, pois preservam a arquitetura e o projeto originais.

Banheiros adaptados: barras de apoio nas paredes ao redor dos sanitários e chuveiros não podem faltar. Também é preciso deixar a área embaixo da pia livre, sem gabinetes, para garantir a aproximação da cadeira de rodas. As alturas de todos os itens, como torneiras, lixeiras e porta-toalhas, também devem ser adequadas para o uso de todos. Saiba mais aqui

Pisos táteis: são aqueles em alto-relevo. Sua função é sinalizar as pessoas com deficiência visual no caminho, indicando também a presença de obstáculos. 

Tudo para o seu projeto

Empresas e empreendimentos que desejam se tornar acessíveis podem recorrer à Certificação Guiaderodas. Dividida em duas etapas, a consultoria oferece desde o aval técnico de arquitetos especialistas até a aprovação de pessoas com deficiência, a partir de uma experiência prática no local analisado. Clique aqui e entenda como funciona.

Leia também: Acessibilidade em parques, praças e espaços livres

E agora que você já conhece a acessibilidade arquitetônica, que tal conferir outras dimensões da acessibilidade? A gente conta tudo neste post. Divididas em várias categorias, a ideia de todas elas é a mesma: garantir qualidade de vida pra todo mundo!


Luciana Faria

Luciana Faria
Escolheu o jornalismo para fazer da paixão por contar histórias sua profissão. Há mais de uma década no mercado editorial e poeta desde a infância, acredita que a palavra também pode transformar as pessoas e mudar o mundo!

Uma resposta

  1. Sou Arquiteto e luto para que meus clientes permitam que meus projetos sejam o mais acessível possível, acho que precisamos de mais divulgação na mídia mostrando que um local acessível atrai mais clientes e ao contrário afugenta-os e aos seus. Acredito que muitos só entendam quando isso pode lhes trazer algum benefício então procuro fazê-los entender que “Acessibilidade é ferramenta de marketing”.

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