Parkinson é uma doença crônica degenerativa do sistema nervoso central causada pela diminuição intensa da produção de dopamina, neurotransmissor que ajuda na realização dos movimentos voluntários automáticos do corpo humano
Quando recebi a notícia de que a dona Beatriz, minha avó, tinha sido diagnosticada com Parkinson, minha primeira reação foi de nervosismo – de pensar na minha avó apaixonada por praia, por passear no shopping e por mangas maduras pegas direto do pé se transformando em uma figura super frágil, fechada dentro de casa – era como se algo apenas não estivesse certo.
Bom, uma das últimas vezes em que vi minha avó, mais de uma década após o diagnóstico, ela estava em cima de uma escada a 3 metros do chão roubando frutas da árvore do vizinho por cima do muro, então podemos notar que minha percepção da situação estava profundamente enganada.
O que é Parkinson?
De acordo com o Hospital Albert Einstein, Parkinson é uma doença crônica degenerativa do sistema nervoso central causada pela diminuição intensa da produção de dopamina, neurotransmissor que ajuda na realização dos movimentos voluntários automáticos do corpo humano – podemos, por exemplo, mexer as mãos ao digitar no computador (como estou fazendo nesse exato momento) sem precisar pensar no movimento específico de cada dedo.
A falta de dopamina em uma região do cérebro chamada “substância negra” causa a perda de controle motor do indivíduo, e os sintomas decorrentes dessa perda constituem a chamada síndrome parkisoniana, que pode ser causada por diversos fatores diferentes, sendo o principal deles a própria doença de Parkinson. Ou seja: síndrome parkisoniana e Parkinson não são necessariamente a mesma coisa – existem outras doenças, mais raras, que também possuem os sintomas da síndrome parkisoniana. Ainda assim, a principal causa dessa síndrome é o Parkinson, com aproximadamente 70% do total de casos.
Como identificar os primeiros sinais?
Os sintomas de Parkinson aparecem de forma esporádica, e tendem a se intensificar conforme o quadro clínico evolui. Eles podem ser divididos em três categorias:
Sintomas não-motores
Também conhecidos como pré-motores, esses sintomas costumam a serem os primeiros a surgir, e englobam olfato reduzido,histórico de constipação intestinal, quadro depressivo, transtornos do comportamento do sono, cãibras dolorosas nos pés, fala mais baixa que o normal (normalmente em sussurros) e pressão arterial baixa.
Sintomas motores
Estes já se relacionam de forma mais direta à deficiência de dopamina mencionada anteriormente, e incluem tremores, rigidez muscular (principalmente dos braços e pernas), movimentos lentos, perda de equilíbrio e mudanças na postura.
Sintomas Cognitivos
Mais perceptíveis nos últimos estágios da doença, esses sintomas englobam dificuldades na memória, na concentração, problemas para elaborar planos e prever consequências e capacidade prejudicada de situar objetos e pessoas no espaço – fator que pode tornar extremamente perigoso para alguém com Parkinson dirigir um carro, por exemplo.
O controle desses sintomas é feito principalmente com os chamados medicamentos dopaminérgicos, uma classe de remédios que simulam a ação da dopamina no organismo.
Soluções para pessoas com Parkinson
Muita coisa mudou nas duas últimas décadas: desenvolvida em 2016, a cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda (ECP), que consiste na aplicação de implantes permanentes de eletrodos próximos às áreas produtoras de dopamina, estimulados por um gerador de pulsos colocado sob a pele dos pacientes tem se mostrado extremamente efetiva para combater os sintomas causados pelo Parkinson.
Além disso, em novembro deste ano, uma parceria entre a Universidade King’s College London e o Laboratório Neurolixis resultou na criação do NXL-112, medicamento que promete combater a discinesia (movimentos musculares involuntários), efeito colateral causado pelos remédios dopaminérgicos.
Existe também uma série de produtos dedicados a tornar a rotina das pessoas com Parkinson mais fácil: um deles é o aplicativo denominado Steady Mouse, desenvolvido em 2005 pelo médico James Gottemoller após ele mesmo ter sido diagnosticado com Parkinson e ter dificuldade em usar o cursor do mouse. Compatível com o sistema operacional Windows, o app possui uma inteligência artificial capaz de filtrar as oscilações causadas pelos tremores.
Outro equipamento desenvolvido para ajudar com os tremores o talher estável GYENNO. Ele estabiliza tremores eletronicamente, de modo que o utensílio anexado treme 85% menos que sua mão.
Detalhadamente desenvolvido pensando em indivíduos portadores de Parkinson, dando a eles, com esse acessório, ampla independência.
E vendido no Brasil pela Longevitech.
Muito embora ainda não exista uma cura conhecida para o Parkinson, o conjunto formado pelos tratamentos, avanços científicos na área e os produtos desenvolvidos para tornar a rotina de quem o desenvolveu mais fácil trazem esperança de uma vida nova e melhor. A dona Beatriz que o diga.
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Renata Schmidt
Relações Públicas e jornalista. Acredita que todo mundo tem uma história que vale a pena ser contada.
Respostas de 12
Vindo o pensamento de pesquisar na Internet o que havia de novo no tratamento para portadores de Parkison encontrei este site e estou gostando.
Estou gostando muito do site
Boa tarde Jacinta, qual é o site que você comentou?
Olá, td bem?
Estou com alguns sintomas, como o tremor e minha medica investigando. Meus resultados estarão liberados em 14/10/21.
Foi mt bom ler esses depoimentos e saber q existem tantas alternativas p amenizar os problemas causados por essa doença. Obrigado
Sim a sensação de tremor na mão esquerda sempre que carrego uma sacola quando vou ao supermercado ou seguro um prato. Na mão direita não acontece nada. Será Mal de Parkinson!
Informações preciosas até para quem não têm nenhum acometimento, pois servirá para ser um “agente multiplicador”. Parabéns pela iniciativa.
Muitas informações boa agradeço a todos, minha irmã está com essa doença e espero que ela se cure
Informação interessante sobre a doença, muita gente acha que são só tremores…
Para mim, é muito interessante poder participar dessas informações atualizadas, afinal convivo com uma pessoa com Parkson.
Sempre escrevi muito bem; porém há algum tempo, cerca de 2 anos, tem momentos que não consigo escrever normalmente, minha mão treme e não consigo firmar a caneta; a letra sai toda tremida. Será que é algum sinal de parkinson ?
Olá, o ideal é você buscar um médico para te auxiliar e realizar o exame correto.