acessibilidade nas web

Entenda a importância de ter um site acessível para todos

O desenvolvimento da acessibilidade na web além de ser lei em muitos países, pode abrir alguns mercados significativos que, entretanto, não seriam capazes de usar seus serviços ou comprar seus produtos. 

Porque a acessibilidade na Web beneficia a todos

  • O HTML semântico, não apenas melhora a acessibilidade, como também melhora o SEO, tornando seu site mais localizável.
  • Cuidar da acessibilidade demonstra boa ética e moral, o que melhora sua imagem pública.
  • Boas práticas que melhoram a acessibilidade também tornam seu site mais utilizável por outros grupos, como usuários de telefones celulares ou com baixa velocidade de rede. 

Quais tipos de deficiência estamos falando?

Segundo a Organização Mundial da Saúde “Mais de um bilhão de pessoas, cerca de 15% da população mundial, tem algum tipo de deficiência” e “Entre 110 milhões e 190 milhões de adultos têm limitações funcionais significativas”.

Seguem abaixo alguns grupos de pessoas a serem considerados para a acessibilidade na Web:

Pessoas com deficiência auditiva

Também conhecidas como surdos, esse grupo de pessoas têm baixo nível ou nenhuma audição e correspondem a uma parcela significativa da população – “466 milhões de pessoas em todo o mundo têm perda auditiva incapacitante”, diz o boletim informativo sobre surdez e perda auditiva da Organização Mundial da Saúde. No Brasil são quase 10 milhões, segundo o IBGE, e dentre elas, 80% têm dificuldades com as línguas escritas e, portanto, dependem das línguas de sinais para sua comunicação.

A maioria das pessoas acredita que uma mesma língua de sinais é utilizada no mundo todo. Atualmente são falados 7.117 idiomas em diferentes países e com as línguas de sinais funciona do mesmo jeito. Existem centenas de língua de sinais utilizadas ao redor do planeta. Isso acontece porque cada lugar possui sua própria cultura e identidade. Por isso, as línguas de sinais vão se desenvolvendo organicamente e evoluindo com o passar do tempo. 

Existem técnicas específicas de acessibilidade na web para surdos com o objetivo de fornecer alternativas textuais ao conteúdo de áudio, que variam de simples transcrições de texto a trilhas de texto (ou seja, legendas) que podem ser exibidas junto com o vídeo e recursos de comunicação através da língua de sinais. No Brasil, esse recurso em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) é oferecido por empresas como a HandTalk através de um plugin de tradução que permite a comunicação pelo avatar Hugo.

Pessoas com deficiência visual

Incluem pessoas com cegueira, baixa visão e daltonismo. Em termos estatísticos, a Organização Mundial da Saúde estima que “285 milhões de pessoas têm deficiência visual em todo o mundo: 39 milhões são cegas e 246 têm baixa visão”. Portanto, esse grupo é grande e significativo, e se aproxima em tamanho à população dos Estados Unidos da América.

Existem técnicas específicas de acessibilidade na web para pessoas com deficiência visual como, por exemplo, ampliadores de tela físicos ou com recursos de zoom de software. Atualmente, a maioria dos navegadores e sistemas operacionais possui recursos de zoom. Alguns usuários fazem uso de leitores de tela, que são softwares que leem o texto digital em voz alta. Confira algumas soluções:

  • Produtos pagos como JAWS (Windows) e Dolphin Screen Reader (Windows);
  • Produtos gratuitos como NVDA (Windows), ChromeVox (Chrome, Windows e Mac OS X) e Orca (Linux);
  • Produtos integrados ao sistema operacional, como o VoiceOver (macOS, iPadOS, iOS), o Narrator (Microsoft Windows), o ChromeVox (no Chrome OS) e o TalkBack (Android).

Pessoas com Deficiência Física

Pessoas com deficiência física apresentam alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, como a perda de um membro ou paralisia, fraqueza ou perda de controle nos membros por distúrbios neurológicos/genéticos ou ainda a tetraplegia. 

As tecnologias assistivas trazem soluções para que pessoas com dificuldade em fazer movimentos finos das mãos, ou pessoas que perderam totalmente o movimento dos membros superiores, possam fazer uso de computadores. 

Alguns exemplos de recursos de tecnologia assistiva para pessoas com tetraplegia:

  • joysticks próximos ao segmento corporal mais funcional;
  • teclados virtuais;
  • hastes para digitação em computadores

A restrição de mobilidade também pode ser resultado do envelhecimento, e não de um trauma ou condição específica.

Em termos estatísticos, há um número significativo de pessoas com deficiência física. No Brasil, tendo como base o censo de 2010 realizado pelo IBGE, aproximadamente 14 milhões de pessoas declararam ter dificuldade de locomoção ou total restrição em se movimentar. 

Pessoas com Deficiência Intelectual

Deficiência intelectual não é o mesmo que doença mental. A deficiência se refere a um comprometimento intelectual com inúmeras origens e associado à capacidade da pessoa responder às demandas da sociedade. Não existe cura para a deficiência intelectual e nem mesmo pode ser controlada com medicamentos. 

É importante ressaltar que, embora exista muita diversidade nas definições clínicas de deficiências intelectual, este grupo pode apresentar dificuldades funcionais similares. Isso inclui dificuldade em entender o conteúdo, lembrar como concluir tarefas e confusão causada por layouts inconsistentes de páginas da web.

No Brasil, segundo o IBGE, 0,8% da população brasileira têm algum tipo de deficiência intelectual e, a maioria (0,5%) possui desde o nascimento. As pessoas de 60 anos ou mais de idade apresentaram as maiores proporções de deficiência intelectual adquirida por doença ou acidente (0,8%).

Desenvolvedores web e produtores de conteúdo consideram esta audiência quando trabalham para: 

  • entregar o conteúdo em mais de uma maneira, como texto em fala ou vídeo;
  • produzir conteúdo de fácil compreensão, como textos escritos usando padrões de linguagem simples;
  • concentrar a atenção nos temas relevantes, minimizando, assim, as distrações com conteúdos e anúncios desnecessários;
  • propiciar layout e navegação consistentes da página da web, dividindo etapas de forma lógica;
  • utilizar elementos familiares, como, por exemplo, links sublinhados em azul quando não visitados e roxos quando visitados;
  • facilitar a autenticação de site sem comprometer a segurança bem como o preenchimento de formulários.

Implementando Acessibilidade Digital

Um mito comum é que a acessibilidade é um “extra” caro para implementar em um projeto. Na verdade, esse mito pode ser verdadeiro se o intuito for “modernizar” a acessibilidade em um site existente que já tenha problemas significativos ou se você começou a implementá-la nos estágios finais do site.

No entanto, se a acessibilidade digital for considerada desde o início do projeto, o custo de tornar os conteúdos acessíveis será bem pequeno.

Ao planejar seu projeto, leve em consideração a acessibilidade já no teste, assim como em qualquer outro segmento importante de público-alvo (por exemplo, navegadores de desktop ou móveis de destino). Testar cedo e frequentemente, poupa futuros problemas. Por exemplo:

  • O widget de selecionador de data pode ser usado por pessoas que usam leitores de tela?
  • Se o conteúdo for atualizado dinamicamente, as pessoas com deficiência visual saberão disso?
  • Os botões da interface do usuário estão acessíveis usando o teclado e as interfaces de toque?

Costuma ser mais fácil tornar acessível o conteúdo de um texto do que o conteúdo multimídia. Cabe a você analisar o orçamento do seu projeto e pensar nas soluções disponíveis. 

Além disso, você deve ser realista. “100% de acessibilidade” é um ideal inalcançável – você sempre encontrará algum tipo de caso extremo que resulta em um determinado usuário que encontra um conteúdo difícil de usar. Portanto, o importante é fazer sempre o máximo que puder. 

Para mostrar que você se importa e pensou em acessibilidade, publique no seu site uma declaração de acessibilidade que detalha qual é sua política em relação à acessibilidade e quais etapas você tomou para tornar o site acessível. Se alguém reclamar que seu site tem um problema de acessibilidade, inicie um diálogo com ele, seja empático e tome medidas razoáveis ​​para tentar corrigir o problema.

Para resumir:

  • Considere a acessibilidade desde o início de um projeto web e teste cedo e frequentemente. Assim como qualquer outro bug, um problema de acessibilidade se torna mais caro para corrigir quanto mais tarde for descoberto.
  • Lembre-se que práticas de acessibilidade digital beneficiam todos, não apenas os usuários com deficiência. Por exemplo, a marcação semântica enxuta não é boa apenas para os leitores de tela, mas também é rápida para carregar e executar. Isso beneficia todos, especialmente aqueles em dispositivos móveis e / ou conexões lentas.
  • Publique uma declaração de acessibilidade no seu site e envolva-se com as necessidades das pessoas.

Diretrizes de Acessibilidade na Web e Lei

Cada país tem uma legislação específica que regula a necessidade de sites acessíveis à população. Por exemplo: EN 301 549 na UE, Seção 508 da Lei de Reabilitação nos EUA, Portaria Federal sobre Tecnologia da Informação sem Barreiras na Alemanha, Regulamentos de acessibilidade 2018 no Reino Unido, Acessibilità na Itália, Lei de Discriminação de Deficiências na Austrália, etc. No Brasil, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015) dispõe do seguinte texto que se refere a acessibilidade na web: 

“Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet mantidos por empresas com sede ou representação comercial no País ou por órgãos de governo, para uso da pessoa com deficiência, garantindo-lhe acesso às informações disponíveis, conforme as melhores práticas e diretrizes de acessibilidade adotadas internacionalmente.”

Existem algumas listas de verificação e conjuntos de diretrizes disponíveis para basear os testes de acessibilidade. Dentre elas, destaca-se a  “Cartilha de Acessibilidade na Web” publicada pela W3C que inclui critérios importantes para a conformidade da acessibilidade.

Fundado em 2017 para ser um ponto de encontro entre as organizações,  desenvolvedores e pessoas com deficiência, o Movimento Web Para Todos tem o objetivo de mobilizar a sociedade para a causa da acessibilidade digital, e contribuir para assim transformar a web brasileira em um ambiente inclusivo para todos.

APIs de acessibilidade

Os navegadores da Web usam APIs especiais de acessibilidade (fornecidas pelo sistema operacional subjacente) que expõem informações úteis para tecnologias assistivas (ATs) – os ATs tendem a usar informações semânticas, portanto, essas informações não incluem itens como informações de estilo ou JavaScript. Essas informações estão estruturadas em uma árvore de informações chamada árvore de acessibilidade.

Diferentes sistemas operacionais têm diferentes APIs de acessibilidade disponíveis:

  • Windows: MSAA / IAccessible, UIAExpress, IAccessible2
  • Mac OS X: acessibilidade NSA
  • Linux: AT-SPI
  • Android: estrutura de acessibilidade
  • iOS: acessibilidade UIA

Veja mais sobre acessibilidade:

Acessibilidade nas Edificações

Acessibilidade em Escritórios

Acessibilidade em Bares e Restaurantes

Acessibilidade em Aviões

Acessibilidade em Transportes Públicos

Acessibilidade nas Escolas

Acessibilidade em Praias

Acessibilidade no Atendimento

Acessibilidade no Cinema

Acessibilidade na Residência

Respostas de 4

  1. Muito bom! Estou sempre tentando aprender essas coisas,
    mas preciso melhorar o entendimento ainda. Facilitar passar
    nos testes

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